Assembleia Universitária reúne mais de dois mil no Câmpus Samambaia
Com apresentação de dados e indicadores da UFG, comunidade universitária debateu crise vivida na instituição
Convocada pelo reitor da UFG, Orlando Amaral, conforme previsto no estatuto da Universidade, foi realizada na tarde desta terça-feira (18/8) uma Assembleia Universitária que reuniu cerca de duas mil pessoas, entre estudantes, docentes e técnico-administrativos da UFG, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, Campus Samambaia. Presidida pelo reitor, a mesa foi composta pelo vice-reitor, Manoel Chaves e por representantes dos sindicatos de docentes, dos técnico-administrativos e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Na abertura da reunião, Orlando Amaral destacou que o principal objetivo da assembleia, de caráter não deliberativo, era debater com toda a comunidade universitária a real situação da universidade. Para tanto, apresentou, de forma detalhada, dados e indicadores de 2015 e de anos anteriores, dando ênfase ao Modelo de Distribuição de Recursos (Matriz OCC) entre as universidades federais e ao detalhamento dos principais gastos anuais da universidade. Os indicadores da UFG foram comparados com aqueles de outras universidades federais, com o intuito de posicioná-la no contexto das universidades brasileiras. “Espero que, com esses dados, possamos qualificar o nosso debate, da forma mais transparente possível”, afirmou o reitor.
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Preocupados com o cenário atual, estudantes, professores e técnico-administrativos compareceram em peso na Assembleia convocada pelo reitor da UFG
O reitor relembrou a expansão da UFG nos últimos anos e os aspectos em que a Universidade ainda precisa melhorar para garantir mais recursos. Sobre os cortes orçamentários, Orlando Amaral voltou a destacar que ele, assim como os reitores das outras universidades federais do país, está em constante negociação com o Ministério da Educação (MEC) em busca de recursos adicionais para pagar as contas da UFG.
Orlando Amaral garantiu que a UFG não vai parar de funcionar e se comprometeu a buscar soluções para a complicada situação orçamentária. Ressaltou também que a Reitoria já se manifestou contrariamente à solicitação de suspensão do calendário acadêmico e que a redefinição do calendário acadêmico será discutida, como sempre foi feito, nas instâncias competentes ao final da greve. O reitor destacou que continua otimista e acredita que a Universidade vai passar por essa travessia, como já o fez outras vezes no passado. Apesar de admitir que o momento não é fácil, Orlando Amaral defendeu que a UFG continuará lutando pela recomposição de seu orçamento de forma a garantir o pagamento das contas e a minimização dos impactos negativos dessa crise no desenvolvimento de suas atividades acadêmicas e administrativas.
Esclareceu, ainda, que participou, no dia 10 de agosto, como representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), de uma reunião na Secretaria Executiva do MEC para a definição do montante de recursos a ser distribuído para as universidades federais em 2016 (Proposta de Orçamento para 2016). Ao final das negociações, ficou estabelecido que o orçamento para 2016 será o mesmo de 2015, sem os cortes, acrescido de 10%. “Nossa disposição é a de passar por essa crise e voltar à normalidade, na expectativa de que a situação no próximo ano nos permita continuar o processo de crescimento e melhoria da UFG”, pontuou.

Orlando Amaral apresentou dados do orçamento da Universidade e perspectivas para o próximo ano
Debate
Após a apresentação do reitor, representantes dos sindicatos e do DCE que compuseram a mesa fizeram uso da palavra. O “otimismo” do reitor frente a superação dessa crise foi criticado por esses segmentos. Diversos comandos grevistas garantiram que as paralizações devem continuar para pressionar o governo federal. Terceirização, dívida pública, condições de trabalho dos servidores e adesão da UFG ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foram alguns dos assuntos destaques que motivaram questionamentos durante vários momentos do debate. Representantes das Regionais também destacaram problemas específicos de suas unidades.
Ao final da reunião, que durou cerca de três horas, Orlando Amaral respondeu a alguns questionamentos e reiterou que os gestores precisam estar preparados também para gerir crises. “Quem não sabe conviver e enfrentar crises não está preparado para a vida, porque crises fazem parte dela. A Universidade é mais forte que esse momento difícil. O barco não afundou e não vai afundar”, concluiu.

Representantes dos sindicatos e do DCE tiveram lugar na mesa diretiva e, junto com o reitor, conduziram o debate
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Source: Ascom UFG
Categories: greve Assembleia Última hora
