UFG e Secretaria Municipal de Saúde lançam RADDAR
Aplicativo possibilitará rápida identificação para tratamento de casos de doenças transmissíveis
Texto: Camila Godoy
Fotos: Carlos Cirqueira
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, em parceria com o Grupo Integrado de Ações Contra a Dengue (Giad) da UFG, lançou na manhã desta terça-feira, 10/06, a Rede Avançada para Detecção e Diagnóstico de Agravos para Resposta (RADDAR), que faz parte do programa "Médico Sentinela", desenvolvido pela Diretoria de Vigilância em Saúde do município. O evento reuniu membros da secretaria de saúde e equipe da universidade envolvidos no desenvolvimento da rede.
A RADDAR funcionará com o uso de um aplicativo, de mesmo nome, para smartphones, que possibilitará o monitoramento dos atendimentos feitos pelos médicos das redes pública e privada de Goiânia. Uma vez por semana, o aplicativo alertará os profissionais para repassarem as informações sobre detectação e tratamento de doenças endêmicas, como dengue, influenza e pneumonia. O software possibilitará uma rápida identificação e tratamento dos casos de doenças transmissíveis.
Para o coordenador do projeto, professor João Bosco Siqueira Júnior, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, o aplicativo é simples e objetivo: "É uma ferramenta que os médicos usarão por um minuto, mas que permitirá a verificação de doenças novas e remanescentes de forma oportuna".
Professor João Bosco Siqueira Júnior e diretora de Vigilância em Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim, apresentam o projeto
O software também fornecerá aos profissionais um relatório sobre informações coletadas. "Normalmente os médicos preenchem muitos papéis, mas não o retorno das informações. Agora, o aplicativo devolverá informações a quem as fornece", explicou João Bosco.
Além dos profissionais da área da Saúde, que poderão acessar o aplicativo, a rede também fornecerá uma página eletrônica na internet que poderá ser acessada pela população e que fornecerá dados e informações coletados pelos médicos.
DESAFIO
Agora, o grande desafio, de acordo com o secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado, é a difusão do aplicativo entre os profissionais da rede privada. Para tanto, será utilizada a estratégia de contactar médicos, "pessoas chaves", que entrarão em contato com outros profissionais, explicando o uso do aplicativo e estabelecendo uma espécie de rede. Hoje, já são 15 médicos infectologistas da rede privada que confirmaram o uso do aplicativo.
Profissionais da área da Saúde conhecendo o aplicativo RADDAR
A UFG E O APLICATIVO
O reitor da UFG, Orlando Amaral, destacou a importância da parceria entre a universidade e a Secretaria Municipal de Saúde. "Há pouco tempo, a UFG ficava confinada atrás de seus muros, agora, com o surgimento de um aplicativo como o RADDAR, a instituição mostra que seus estudos podem ter uma grande repercussão na sociedade", afirmou.
Reitor Orlando Amaral falou sobre parceria da UFG com a Secretaria Municipal de Saúde
Sob o aparato da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), a UFG vem trabalhando na prevenção contra a dengue há cerca de quatro anos. Desde então, professores do IPTSP e do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) se uniram para pensar em ações conjuntas de prevenção, extensão e interdisciplinaridade.
A coordenadora do Grupo Integrado de Ações Contra a Dengue da UFG, Ellen Synthia de Oliveira, explicou que o grupo monitora criadouros do mosquito Aedes aegypti dentro da universidade. No entanto, o Giad percebeu a necessidade de aliar o uso da tecnologia em seus trabalhos.
Foi então que o professor Fábio Costa, do Instituto de Informática (INF), foi convidado para desenvolver o aplicativo. Ele comentou que na mesma época tinha um orientando que queria desenvolver um software como trabalho de conclusão de curso. “Foi uma feliz coincidência”, avaliou. Assim, desde agosto de 2013, o RADDAR vem sendo desenvolvido e aperfeiçoado.
Ellen Synthia de Oliveira destacou ainda que já está sendo desenvolvido outro aplicativo que auxiliará os participantes dos trabalhos do Giad a relatarem os locais de criadouros do mosquito transmissor da dengue. A ideia é que o projeto seja ampliado para todo o município.
Equipe de profissionais da universidade que participaram do desenvolvimento do aplicativo
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