Etnias indígenas vendem artefatos manufaturados
Tiago Gebrim
Fotos: Wéber Félix
Durante os períodos de férias é normal encontrar, no Câmpus Samambaia da UFG, uma atmosfera que lembra uma cidade recém-abandonada. Isso porque, embora o espaço continue a receber os cuidados necessários em relação à sua infraestrutura, a presença humana nos corredores e pátios da universidade é pequena. Especialmente nestas férias o elemento humano se encontra ainda mais reduzido: a universidade se encontra em meio a uma greve de servidores docentes e técnico-administrativos, cuja duração já chega a cerca de 40 dias.
Contudo, quem passar pela Faculdade de Letras, próximo ao Centro de Aulas A e em cujas dependências está localizado o Cine UFG, poderá observar uma movimentação estranha ao período: estão ocorrendo, na faculdade, aulas presenciais da Licenciatura Intercutural Indígena, que traz para o câmpus povos de diversas etnias do eixo Mato Grosso, Goiás e Tocantins, conforme explica Narrira Lemos de Souza.
Em uma sala no final do corredor do primeiro piso da Faculdade de Letras, uma verdadeira exposição de adornos corporais está montada. Todos à venda. São colares, brincos, cestas, chapéus, leques, miniaturas de animais e até mesmo um cocar. Os materiais de confecção, em sua maioria, são sementes diversas, capim-dourado, palha e penas de aves. De acordo com Hugo Paiva, estudante do curso de Comunicação Social da UFG e responsável por cuidar dos objetos expostos, as vendas têm sido de, pelo menos, 50 reais por dia. Entre os principais compradores estão os próprios indígenas, que compram os artefatos de outras etnias, e os professores do curso de Licenciatura Intercultural.
Ao todo, nove etnias colaboram com os produtos à venda. São elas os Krahô, os Guajajara, os Tapirapé, Karajá, Xerente, Krikati, Gavião, Javaé e os Apinajé. Os preços vão de três a 100 reais, dependendo do tamanho e da complexidade da manufatura. Os objetos estarão em exposição até o dia 17 de agosto, quando serão finalizadas as aulas presenciais da Licenciatura Intercultural Indígena.
Quelle: Ascom UFG
Kategorien: Diversidade