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VIII Encontro de Botânicos do Centro-Oeste discute desafios para conservação do Cerrado

On 30/07/10 06:07 .
O evento ocorre entre os dias 26 e 29 de julho, em Goiânia e Pirenópolis

Por Flávia Gomes

Começou ontem, em Goiânia, o VIII Encontro de Botânicos do Centro-Oeste (Enboc). O Enboc caracteriza-se como um dos maiores eventos regionais do setor, e teve a sua primeira edição realizada  pela Sociedade Botânica do Brasil (SBB) no ano de 1991 em Brasília. O encontro tem como objetivo a troca de conhecimentos, além de possibilitar discussões, entre alunos, professores, especialistas na área e pesquisadores de diferentes áreas associadas à biologia vegetal.

Além da contribuição da SBB, o VIII Enboc é uma realização da Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), do Câmpus Samambaia em Goiânia, e dos Câmpus Jataí e Catalão; da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio das unidades de Anápolis e Morrinhos.

Com a temática “Desafios para conservação e manejo da flora do Cerrado”, o evento busca obter subsídios para estratégias públicas direcionadas para a promoção do conhecimento sobre a flora nativa, o planejamento ambiental e o desenvolvimento sustentável. Além disso, o encontro tem como foco fortalecer os grupos de pesquisas das universidades, aperfeiçoar os profissionais da área e valorizar os conhecimentos em Botânica.

Para isso, o evento oferece uma programação contendo minicursos, palestras, simpósios, além de apresentações acadêmicas. De acordo com professora do ICB da UFG e presidente do VIII Enboc, Vera Lúcia Gomes Klein, o encontro contribui muito para o enriquecimento de todos os participantes. “É uma oportunidade ímpar para alunos terem o contato direto com professores que antes só eram vistos nos livros de Botânica. Além da visibilidade que a universidade ganha perante as organizações de fomento à pesquisa”, explicou Vera Klein.

Desafios

Para Vera Klein, há grandes desafios a serem superados para que de fato se consiga a preservação do Cerrado. Ela destaca que dominar os conhecimentos a respeito do Cerrado, evitar queimadas e capacitar profissionais que lidem diretamente com o bioma são os principais desafios. Além disso, ela ressalta que é preciso uma educação ambiental capaz de mostrar a todos a importância da conservação do bioma, necessidade essa também defendida pela secretária geral da SBB, Vera Teresinha Rauber Coradin.

Na visão de Vera Coradin, o grande desafio para a conservação é a conscientização sobre a importância do bioma. Ela destaca que a comunidade científica exerce função fundamental para conquistar esse desafio. “As instituições de ensino superior têm o dever de aprofundar as pesquisas e divulgá-las, ensinando aos estudantes toda a diversidade existente”, afirmou a secretária geral da SBB. Ela defende a proposta de uma educação ambiental que deve ser iniciada ainda no ensino básico. “Desde a infância deveriam ser desenvolvidas atividades para que as crianças valorizem a diversidade animal e vegetal, pois para preservar é preciso conhecer”, concluiu Vera Coradin. Ela acrescentou que uma nova legislação e a união de todos os órgãos devem ser feitas para a conservação do Cerrado.

Participação de alunos

Diversos alunos de instituições de ensino superior do Centro-Oeste participam do evento, contribuindo para a troca de conhecimentos na área de Botânica. Estudantes de diferentes períodos de Ciências Biológicas apresentarão trabalhos, como é o caso do estudante da UFG, Marcos Vinícius Dantas de Queiroz. Dedicado à pesquisa direcionada ao ensino da Botânica, Marcos Queiroz apresentará um atlas de morfologia online voltado para o ensino superior. Hoje no oitavo período, ele considera muito útil participar de eventos como o Encontro de Botânicos. “É importante conhecer novos projetos, estabelecer novos contatos e mostrar meu trabalho, assim adquiro ainda a experiência em apresentações orais e tenho oportunidade de enriquecer meu currículo", afirmou Marcos Vinícius .

Conhecer outras pesquisas e trocar informações sobre métodos utilizados foi o que motivou a bióloga Lígia Sturza Rodrigues a participar do VIII Enboc. Mestranda do programa de pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), ela apresentará trabalho intitulado “Fitossociologia de macrófitas aquáticas do Pantanal do Mato Grosso do Sul”. No trabalho, Lígia Sturza constatou que, apesar da grande diversidade da flora do Pantanal sul-matogrossense, o estudo mostrou uma baixa variedade de espécies nativas do Pantanal. "Isso se deve ao fato de que a maioria das espécies de lá são de outros biomas, como, por exemplo, da Mata Atlântica", explicou a pesquisadora.


Quelle: Ascom/UFG

Kategorien: Evento