Professora da UFRGS abre I Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual
“Pedagogias do feminino, Arte e Educação” foi o tema da conferência de abertura do I Seminário Nacional de Pesquisa em Cultura Visual, promovido pela Faculdade de Artes Visuais (FAV) da UFG, que começou hoje, 9, e vai até o dia 11 de junho. A professora Luciana Grupelli Loponte, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS) falou sobre as representações do feminino e as imagens da mulher na arte, principalmente a contemporânea.
Luciana questionou a exacerbação da mulher na arte, e um dos focos da palestra foi como a docência se aproveita dessas imagens. Para isso, a professora citou algumas obras que, segundo ela, “perturbam o que se esperaria do feminino”, que tem uma imagem estereotipada.
“Hoje a gente pode dizer que as mulheres conquistaram mais espaço, tem mais artistas, mas ainda são em menor número e não têm a mesma visibilidade”, ressaltou a professora Luciana. Segundo ela, o tema “imagens de mulheres” ainda é muito controverso: apesar delas serem temas recorrentes em toda a história da arte, ainda não são vistas como sujeitos da criação. “Em geral o imaginário artístico ocidental hipervisualiza a mulher como tema, mas a exclui da criação artística”, afirmou Luciana.
A conferência ainda abordou a relação entre mulher, arte e poder. Luciana explicou que há um jogo de discursos que alia gênero, arte e poder, que produz efeitos em nossas práticas e tem sistematicamente desfavorecido as mulheres. “Muitas das imagens mais conhecidas da história da arte se endereçam ao olhar masculino, pois o homem era o comprador”, lembrou Luciana.
Sobre a docência, Luciana ressaltou que principalmente em alguns livros didáticos da Educação Infantil, há pouco espaço para os múltiplos masculinos e femininos: “Há muitos estereótipos que são reforçados pelos professores”. Quanto à essa situação, Luciana lembrou a necessidade de haver “rupturas no olhar, quebra de linearidade de pensamento”. Segundo ela, enquanto professores, é muito importante discutir gênero e sexualidade: “Essa discussão não pode ficar à margem”.
Source: Ascom / UFG
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