UFG discute participação política, democracia e eleições

O evento é uma organização das professoras Heloisa Bezerra e Denise Paiva, da Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia (FCHF), tendo a colaboração de Simone Bohn, da York University. A solenidade de abertura contou com a participação do reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, da coordenadora de Assuntos Internacionais da instituição (CAI), Offir Bergemann Aguiar, da coordenadora geral de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Dulce Amarante, e do diretor do FCHF, Fausto Miziara.

José Álvaro, que é autor de 14 livros e tem mais de 60 artigos publicados, destacou o novo momento que vive a cidadania. Segundo ele, a maioria dos cidadãos mostra desconfiança no que se refere à política e têm exigido mais das instituições públicas. 

De acordo com o professor, a confiança de um indivíduo em um órgão depende, agora, da coerência interna das instituições, além de suas ações junto aos eleitores. Outra coisa que é levada em consideração, segundo ele, para avaliar o grau de confiança política de um indivíduo, é o fato de as instituições serem pautadas em leis que as legitimam.

Foram mostrados dados de sua pesquisa, que ouviu brasileiros de todas as regiões do país no ano de 2006, totalizando mais de 2004 questões acerca das opiniões que as pessoas tinham sobre política. Dois dados foram destacados: o fato de 76,1% da população rejeitar governos militares ou qualquer manifestação de monopartidarismo e a idéia de que o grau de confiança é maior em grupos que são constituídos por pessoas próximas, como a Igreja ou família.

Para José Álvaro, a desconfiança dos indivíduos nas instituições políticas tendem a aumentar a visão de que as pessoas não são protegidas diante da lei, pois não se sentem seguras o bastante com as ações desses órgãos. No final da exposição, o professor afirmou que esses dados não são recentes, pois vêm aparecendo em pesquisas desde 1989. Segundo ele, esse é um panorama que se confirma ao longo dos anos.