Segunda temporada do UFG Memória Relatos é lançada no CCUFG

Em 09/12/24 21:35.

Edição de 2024 do projeto contém entrevistas com 24 personalidades da Universidade

Texto: Versanna Carvalho

Fotos: Carlos Siqueira

Um encontro histórico reuniu algumas das personalidades que marcaram diferentes épocas da Universidade Federal de Goiás (UFG) na segunda-feira (9/12), no Centro Cultural UFG (CCUFG). Professores, técnicos administrativos, vice-reitores e reitores aposentados participaram do lançamento da segunda temporada da série UFG Memória - Relatos, que entrevistou 24 pessoas ao longo deste ano, com destaque para a primeira reitora mulher da UFG (entre 1982 e 1986), Maria do Rosário Cassimiro, e segundo ela própria, a primeira reitora mulher de uma universidade brasileira, que, aos 90 anos, participou da cerimônia.

A iniciativa é liderada pelo professor de Museologia da Faculdade de Ciências Sociais (FCS/UFG) e presidente da comissão para criação do Centro de Memória da Universidade Federal de Goiás (CM/UFG), Pablo Fabião Lisboa. Ele conta ter observado a necessidade de a UFG reunir e consolidar as informações históricas e também ter se inspirado no Museu da Pessoa para o UFG Memórias - Relatos. Veja aqui o álbum de fotos do evento.

“Um projeto sempre me chamou a atenção pela amplitude do seu recorte curatorial. Desde a sua criação, em 1991, o Museu da Pessoa, localizado em São Paulo, abriu espaço para que toda e qualquer pessoa pudesse contar a sua história, constituindo-se assim em um museu virtual colaborativo de histórias de vida”, conta o professor, que também coordena a Reitoria Digital da UFG.

Resgate

Com o passar do tempo e alguns projetos depois como as exposições "UFG na luta contra a covid-19" e "Jornal 4º Poder 60 Anos", foi lançado em dezembro do ano passado, nos 63 anos da UFG, o Centro de Memória da UFG, criado "para planejar e executar ações de resgate da memória da UFG, como documentação, pesquisa, exposição, entrevistas, publicações, documentários e outros".

“As entrevistas que estão disponíveis no YouTube UFG Oficial a partir de agora são um documento pessoal que permite conhecermos e reconhecermos uma das essências da nossa Instituição, que não tem aparecido na letra fria dos documentos, no congelamento das imagens, das fotografias. Aqui, os relatos são uma verdadeira aula de UFG. Se é verdade que a Universidade Federal de Goiás é um dos grandes patrimônios do Estado de Goiás e do Brasil, é porque as pessoas construíram essa Instituição. Antes de falar da UFG, a gente precisa falar das pessoas, precisa falar de gente”, conclui Pablo.

Maria do Rosário Cassimiro, uma das homenageadas do dia, comentou que as universidades foram criadas para serem milenares e que a UFG está com apenas 64 anos. “As nossas universidades aqui [no Brasil] estão nascendo. Algumas, estão nas raízes. Esta fotografia aqui [aponta para um quadro com uma fotografia] é uma das que têm lugar nas raízes da Universidade Federal de Goiás. Eu tenho aqui esse quadro que estou doando para a nossa querida UFG, a qual eu amo de coração, que consta dos primeiros reitores da Universidade, inclusive o professor Colemar Natal e Silva. Estamos nesse lugar aqui graças a ele”.

A foto em questão foi tirada no ano de 1985, durante o reitorado de Cassimiro, com alguns dos primeiros reitores da UFG, incluindo o professor Colemar, no ano em que a UFG comemorava o jubileu de prata. Os reitores estão sentados e da esquerda para a direita são: José Cruciano de Araújo (1977-1981), Colemar Natal e Silva (1961-1964), Maria do Rosário Cassimiro (1982-1986), Jerônimo Geraldo de Queiroz (1964-1969) e Paulo de Bastos Perilo (1973-1977). Respectivamente o sexto, o primeiro, a sétima, o terceiro e o quinto reitor da UFG. Em pé estão os então pró-reitores Carlos Alberto Tanezini, Osvaldo Moreira Guimarães e Ronaldo Fonseca Zica.

UFG_Memorias_Relatos_2a_Edicao (3) — *Cassimiro faz doação de foto do jubileu de prata da UFG, tirada em 1985, para a Universidade*

UFG_Memorias_Relatos_2a_Edicao (5) — *O arquivista aposentado Armando Honório da Silva é um dos entrevistados da temporada*

Quem também contribuiu para a organização da memória da Universidade durante os seus anos de dedicação à Universidade, foi um dos entrevistados da 2ª temporada do UFG Memória - Relatos, o arquivista Armando Honório da Silva, de 83 anos. Ele começou a trabalhar na UFG em 1967, no Instituto de Belas Artes, como servente. Quatro anos depois foi para a secretaria da unidade acadêmica. Permaneceu na UFG até 1994. Depois da aposentadoria trabalhou outros 15 anos, especialmente na pesquisa por arquivos antigos, participando de congressos e capacitações na área de arquivologia. Foi o primeiro arquivista profissional da Universidade. Além de ter sido testemunha de muitos fatos ocorridos na UFG no período da ditadura, conseguiu resgatar muitos documentos importantes para a história da Instituição relacionados a esse período.

Repositório digital

Ao corroborar a ideia da importância de recuperar a memória institucional da UFG, o vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho conta que esse tipo de iniciativa tem crescido na UFG, como o repositório digital deverá receber fotos impressas da Instituição que ainda não foram digitalizadas e está em fase de criação.

O vice-reitor contou ainda que nesta semana foi aprovado um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que vai destinar mais de R$ 6 milhões para o projeto do Museu de Ciências da UFG. “Foi criado na gestão do professor Edward [Madureira, 2010-2014] com a liderança da professora Divina [das Dôres de Paula Cardoso]. É uma estrutura modular, que com esse aporte vai ganhar nova visibilidade e amplia nossa possibilidade de fazer a difusão do conhecimento e do saber acadêmico”.

O lançamento da 2ª temporada da série UFG Memória - Relatos faz parte da programação especial para o aniversário de 64 anos da UFG, que será celebrado no próximo dia 14. Na ocasião, o professor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) Jadson Bezerra entregou uma placa com o nome de uma nova espécie de fungo do Cerrado que descobriu na área da Escola de Agronomia e a batizou em homenagem ao Câmpus Samambaia com o nome de Diaporthe samambaiaenses e foi isolado pela primeira vez a partir de uma planta medicinal (Brosimun gaudichaudii).