Inauguração marca consolidação da UFG em Aparecida de Goiânia
Comunidade acadêmica do novo câmpus celebra conquistas da última década e já planeja expansão
Texto: Eduardo Bandeira e Samanta Nascimento
Fotos: Carlos Siqueira e Júlia Barros
Nove de outubro marca, a partir deste ano, uma nova data histórica para a Universidade Federal de Goiás (UFG). Nesse dia, foi realizada a solenidade de inauguração do Câmpus Aparecida de Goiânia (CAP) e do novo prédio da Faculdade de Ciências e Tecnologias (FCT). O evento tão esperado alinha-se com a missão da Universidade, que é de dedicar-se à formação de pessoas, em um ambiente intelectualmente virtuoso, decorrente da produção do conhecimento, obtida por meio da do ensino, da pesquisa acadêmica e da produção artística e cultural, e da extensão. Confira o álbum de fotos do evento, clicando aqui.
Apenas um ano após ocupar a sede própria, já é possível falar em novas conquistas. Além de todos os cursos, laboratórios, departamentos estarem estruturados para estudantes, docentes e técnicos-administrativos, a Universidade já está realizando o processo de licitação para a construção do Restaurante Universitário (RU) do CAP UFG. A licitação deve ser encerrada em dezembro e a empresa ganhadora apresentará o cronograma de obras. A previsão da gestão superior é que o novo RU seja entregue até 12 meses depois do início da construção.
Durante a solenidade de inauguração foram descerradas três placas. Em um primeiro momento, na área externa do prédio, a placa referente ao Câmpus Aparecida e uma outra em homenagem ao político Maguito Vilela, que morreu em 2021, com uma extensa atuação na vida pública na qual foi governador de Goiás e prefeito de Aparecida de Goiânia, dentre muitas outras atribuições. Foi durante o seu mandato como prefeito de Aparecida, que o município foi autorizado a sediar um novo câmpus da UFG. A terceira placa está relacionada à inauguração do prédio da primeira unidade acadêmica do CAP UFG, a a Faculdade de Ciências e Tecnologias (FCT).
O evento contou com a presença do vice-governador Daniel Vilela, dos deputados federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni, do secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Alexandre Brasil, além de outros convidados das esferas municipal, estadual e federal. Daniel Vilela expressou sua emoção pela inauguração e homenagem ao seu pai, Maguito Vilela, especialmente por ter acompanhado a história do Câmpus de Aparecida, que para ele, é como um legado deixado por seu pai. “Meu pai sonhou com isso, escolheu o local, conquistou os proprietários da área e conseguiu a doação para a Universidade. Isso demonstra a importância e o significado que esse projeto terá para o futuro da cidade”, declarou.
Daniel também destacou o poder da política em transformar a vida das pessoas, ressaltando como isso se concretiza através da cerimônia de inauguração: “Esta inauguração é uma demonstração de que, quando se faz política com ideais, pensando na cidade como um projeto de desenvolvimento para todos, é possível inspirar muitos outros políticos a contribuírem.”
O diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Tiago Almeida, falou a importância do trabalho colaborativo para a concretização do Câmpus de Aparecida. Segundo ele, as parcerias instituídas, especialmente com o MEC, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foram fundamentais para viabilizar o projeto. Tiago ressaltou ainda o engajamento de políticos locais, prefeitos de Aparecida e reitores, bem como a contribuição de professores, técnicos e estudantes. "O resultado final é um trabalho conjunto, realizado por várias mãos, e isso mostra que muitas pessoas participaram desse processo", afirmou.
Investimento
O secretário de Educação Superior do MEC, Alexandre Brasil, representou o ministro da Educação, Camilo Sobreira de Santana, durante a cerimônia. Ele ressaltou a importância do investimento em educação, citando o presidente da República. “A educação é investimento, não é gasto. Estamos aqui em Goiás investindo 100 milhões de reais em um novo câmpus e no restaurante universitário, que são o coração desta unidade.”
Alexandre também destacou o poder transformador da educação e o papel das universidades nesse âmbito. “Sou muito grato por ter a oportunidade de ver, de norte a sul, como as universidades federais transformam a realidade brasileira. Tive a oportunidade de estar em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e é impressionante como, de norte a sul, o interior do Brasil é transformado pela presença dos institutos e universidades federais.” O titular da Sesu, enfatizou a necessidade de consolidar e melhorar o acesso à educação. "Precisamos ter mais alunos entrando, permanecendo e se formando na universidade pública brasileira".
PAC
Na avaliação da reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, hoje o câmpus está consolidado e a perspectiva é de melhorias de expansão. "Agora estamos trabalhando para garantir as melhores condições para nossos estudantes e servidores, além de avançarmos em outras áreas importantes, como a construção do Restaurante Universitário, que é uma das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A UFG foi agraciada com recursos para três obras. Uma delas é justamente o Restaurante Universitário aqui no Câmpus de Aparecida. A licitação já está em andamento, e até o final de novembro as propostas serão abertas. Nossa expectativa é que, no início do ano que vem, comecemos a construção do restaurante universitário".
Para suprir provisoriamente a necessidade de um local adequado para a alimentação dos estudantes, foi instalada uma tenda climatizada, para atender adequadamente aos estudantes, servidores docentes e aos técnicos-administrativos. "Esse restaurante temporário está funcionando bem, mas no ano que vem começaremos a construção do restaurante definitivo", disse a reitora.
Atualmente, o Câmpus de Aparecida de Goiânia oferece quatro cursos de graduação: Engenharia de Produção, Engenharia de Materiais, Engenharia de Transportes e Geologia. Além disso, estão em funcionamento três programas de mestrado: Mestrado Profissional em Administração Pública, Mestrado Profissional em Engenharia de Produção e o recém-lançado Mestrado em Geociências. A comunidade acadêmica no local é composta por aproximadamente 800 integrantes, incluindo 700 alunos de graduação e pós-graduação, além de 100 servidores efetivos e terceirizados. O câmpus, embora em funcionamento há 10 anos, operava em um prédio cedido pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e apenas em setembro de 2023, a UFG transferiu oficialmente suas atividades para o novo prédio, situado no Bairro Fazenda Santo Antônio.
Primeiros passos
O professor da UFG e vereador eleito Edward Madureira, marcou presença na cerimônia, uma vez que os primeiros passos para a construção do câmpus foram traçados no ano de 2011 quando ele ainda era reitor da UFG. A iniciativa da construção do câmpus ganhou força em 2011, durante o governo da ex-presidente da República Dilma Rousseff, que havia implementado um projeto de expansão das universidades. A UFG, por meio de seus parlamentares e atores políticos, negociou a criação de dois câmpus: o de Aparecida de Goiânia e o de Cidade Ocidental. Edward também comentou que foi uma grande luta para conseguir materializar a criação do Campus Aparecida de Goiânia, mas que, graças à persistência, tudo deu certo. “A Universidade resistiu, persistiu, e os quadros que vieram para cá — professores, técnicos, e a garra dos estudantes — fizeram com que a gente passasse por toda essa tempestade”, afirmou. Ele também expressou sua felicidade por poder participar desse momento. “Não tem jeito de ficar mais feliz do que estar aqui hoje, descerrando essa placa e dando início oficial às atividades aqui no Câmpus Aparecida”.
Outra pessoa importante para a história da criação do Câmpus Aparecida que também esteve presente foi o ex-reitor da UFG e professor aposentado do Instituto de Física (IF/UFG), Orlando Amaral. “Em 2017, começamos a construção desse espaço, que foi finalizado em 2023, e hoje, felizmente, finalmente estamos aqui, bem instalados, com a perspectiva de, em breve, termos o prédio do Restaurante Universitário. Em pouquíssimas palavras, é uma história longa e difícil, como sempre. Um período de restrições orçamentárias, mas que, finalmente, deu tudo certo e temos hoje o câmpus consolidado”, comemora.
Quem também comentou sobre esse processo foi o ex-diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Júlio César Valandro. “Sobretudo, foi um processo de muita luta, que envolveu muitas pessoas e personalidades, e que, apesar de todas as dificuldades que nós tivemos, hoje podemos nos orgulhar do que temos aqui”.
Futuro Samambaia
O funcionário terceirizado do então Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef) - atual Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) - da UFG há 33 anos, José Francisco Benedito, o Zelão, falou sobre suas expectativas para o futuro do Câmpus Aparecida. “É uma coisa completamente nova. Saiu um prédio no meio do nada, em uma fazenda. É preciso ter coragem para fazer isso, porque com o Câmpus Samambaia foi assim no começo, lá não tinha nada também. E hoje, o que é o Samambaia? Aqui, no futuro, com certeza será outro Samambaia”, afirmou José.
Estudantes da FCT entrevistados pelo Portal UFG também manifestaram sua empolgação com a inauguração. Muitos se diziam animados com o novo câmpus, especialmente com os novos espaços estudantis, e estão ansiosos para a construção e o funcionamento do RU. Segundo a discente do curso de Engenharia de Produção Giuliana Guerra, "o Câmpus Aparecida trouxe independência para a UFG na região, visto que, antes, os cursos presentes compartilhavam o espaço da Universidade Estadual de Goiás. Além disso, com um câmpus novo, estamos tendo visibilidade política para expansão de projetos que ajudam não só os estudantes, como Aparecida de Goiânia e Goiás como um todo. Ter um câmpus da UFG, em uma cidade como Aparecida, apresentando os cursos de Engenharia de Produção, Engenharia de Transportes, Engenharia de Materiais e Geologia é uma escolha sábia, que vai unir conhecimento e campo de ação".
Para o ex-diretor do Cegef e ex-secretário da Seinfra UFG, Marco Antônio de Oliveira, é natural que ainda faltem outras edificações e mais infraestrutura para que o câmpus consiga operar plenamente. "Além do restaurante, um espaço maior de convivência, a portaria da entrada e uma biblioteca, mas isso é claro que são conquistas que será alcançada ao longo dos anos.”
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Fuente: Secom UFG
Categorías: Notícias FCT Câmpus Aparecida de Goiânia