Reitora e vice conhecem inovações agroecológicas da UFG em Caldas Novas
Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias é voltado à agricultura familiar
Texto: Luiz Felipe Fernandes
Fotos: Carlos Siqueira
A reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima, e o vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho estiveram na terça-feira (1º/10) em Caldas Novas para conhecer as novas etapas das atividades realizadas no Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agricultura Familiar da Universidade.
No local é conduzido um projeto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) que envolve recuperação da estrutura física – uma área doada para a UFG em 2001, onde funcionava a Vila de Furnas –, desenvolvimento de pesquisas e realização de um curso de formação voltado à agricultura familiar.
Os gestores foram recebidos pela diretora do Centro de Formação, Abadia dos Reis Nascimento, pelo vice-diretor Carlos Hoelzel, e demais integrantes da equipe. A diretora apresentou as coleções elaboradas para as pesquisas, que incluem mais de 30 variedades de tomate e 134 variedades de pimenta, cucurbitáceas (pepino e cabaça, por exemplo), plantas alimentícias não convencionais (PANCs), flores comestíveis, além de espécies com propriedades repelentes, aromáticas e medicinais, como a citronela, a melaleuca e a babosa.
Durante a visita à área de cultivo, Abadia explicou que as espécies passam por um minucioso processo de avaliação, que inclui medição e pesagem, e de catalogação. Em seguida, as sementes são retiradas para serem plantadas novamente, para que seja feita a seleção e a reprodução das características estudadas. O objetivo é desenvolver produtos e tecnologias para agricultores familiares.
A diretora acrescentou que todo o cultivo é agroecológico, sem aplicação de agrotóxicos. Além disso, o projeto é desenvolvido a partir do conceito da permacultura – um sistema que busca criar ambientes sustentáveis e harmoniosos, integrando agricultura, preservação ambiental e vida comunitária.
Curso de formação
O projeto com o MDA também prevê um curso de formação para agricultores familiares. O vice-diretor do Centro de Formação, professor Carlos Hoelzel, explicou que o curso, que será oferecido até o fim deste ano, abrangerá toda a cadeia produtiva, começando pelo preparo do solo e utilização de bioinsumos, passando pelo pós-colheita, com o beneficiamento e o processamento dos produtos, até chegar à ponta final da comercialização. Para isso, a formação incluirá capacitação em cooperativismo e associativismo.
"Aproveitando todo esse processo de recuperação da estrutura física, da realização de experimentos e do curso de formação, a UFG dá continuidade à consolidação desta área como um Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agricultura Familiar no estado de Goiás", ressaltou a reitora Angelita Pereira de Lima.
O vice-reitor Jesiel Freitas Carvalho também destacou o pioneirismo do projeto, que se consolidará como o primeiro centro de referência em formação para a agricultura familiar no Brasil. "Foi muito importante observar a implantação dos canteiros, que serão o suporte para o processo de formação dos primeiros alunos no convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário", acrescentou.
Pesquisa
Com o projeto, o Centro de Formação, Capacitação e Desenvolvimento de Tecnologias para a Agricultura Familiar, em Caldas Novas, também tem sido um importante campo de desenvolvimento de pesquisas de pós-graduação. Macelle Amanda Silva Guimarães realiza seu pós-doutorado no local, testando diferentes coberturas de solo para potencializar a produção na agricultura familiar.
Ela explica que os experimentos envolvem coberturas vivas, em que a planta de interesse comercial vive em sintonia com uma espécie arbustiva, e coberturas mortas, como o milheto e a crotalária. Também é utilizada a tecnologia do mulching plástico, técnica agrícola que consiste em cobrir o solo ao redor das plantas com o material.
"São estratégias simples para combate de pragas, de doenças, de infestação de solo, mas que possuem resultados muito significativos lá na frente, na produtividade alcançada", explicou Macelle.
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Source: Secom UFG
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