Texto: Caroline Pires
Fotos: Evelyn Parreira
A Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal de Goiás (Prograd/UFG) e a de Pós-Graduação (PRPG/UFG) realizaram segunda-feira (26/8) a abertura da Semana do Planejamento 2024/2. O evento, já consagrado do calendário da Universidade, é uma oportunidade para docentes entrarem em contato com temas e discussões que permeiam o ensino, pensando metodologias e ferramentas para o seu desenvolvimento. Dando continuidade a temática do último semestre, que discutiu avaliação institucional, desta vez, a diretora-executiva da Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape), Sandramara Matias Chaves, foi convidada para apresentar a contribuição da avaliação do processo de ensino-aprendizagem para o fortalecimento do ensino. A professora, vinculada à Faculdade de Educação, fez um apanhado sobre o tema a partir da sua experiência de pesquisa na área, e também relembrando experiências do período em que foi vice-reitora da UFG e pró-reitora de Graduação. Ao final do evento, foi aberta a fala para que os participantes pudessem levantar questionamentos e reflexões sobre o tema. Confira a galeria de fotos.
A reitora da Universidade Federal de Goiás, Angelita Pereira de Lima, destacou que é de seu maior interesse que toda a comunidade esteja envolvida com as atividades de planejamento em cada um das suas unidades acadêmicas, levando em consideração as especificidades e necessidades coletivas, "vamos somar nossas experiências para fazer uma UFG cada vez mais melhor”. Segundo ela, esse semestre em muito desafia a comunidade universidade, pois ficaram rescaldos do período grevista, “mas temos em vista a excelente notícia de encerrar o semestre nesse ano letivo”, considerou. A reitora destacou que se nesta gestão o foco é o ensino, e que é necessário fazer o esforço para que os laboratórios de ensino e também os centros de aulas estejam a altura do capacitado corpo de docentes e técnicos-administrativos da UFG. Esse trabalho tem sido feito com o levantamento para diagnósticos dos atuais laboratórios, que já está em andamento.
Reitora da UFG lembrou que a Universidade está fazendo o diagnóstico sobre os seus laboratórios de Ensino
Ao fazer votos que esse semestre seja desenvolvido com muito diálogo, o pró-reitor de Graduação, Israel Trindade, anunciou que na próxima semana terão início as discussões sobre as grandes datas para 2025, permitindo que a comunidade possa se organizar desde já quanto ao calendário. “Essa é uma semana de planejamento, mas também de acolhida, para os 12 cursos que possuem ingresso no segundo semestre e também aos nossos servidores que retornam”, afirmou. Além disso, o pró-reitor lembrou que seguem as discussões sobre o Regulamento Geral dos Cursos de Graduação (RGCG), com o objetivo de tornar as rotinas mais leves e “que reflitam a necessidade cada vez maior de inclusão e as necessidades de permanência dos nossos estudantes”. A Prograd reforçou que segue à disposição de todos os cursos de graduação, em especial os 38 cursos que estão passando por avaliação esse ano.
Relação de eterna troca: docente e estudante
Para fazer jus a sua história e trabalho na área de avaliação do processo de ensino-aprendizagem, a atual diretora-executiva da Fundação de Apoio à Pesquisa, Sandramara Matias Chaves, proferiu a palestra da atividade. Segundo a professora, o processo de ensino e aprendizagem passa por inúmeras questões que vão para muito além da avaliação formal, e que, nesse processo, leva em consideração não só o estudantes, mas também os avaliadores. “Em toda relação que se estabelece entre o ensinar e aprender, há um processo de avaliação, e isso é importante para entender como se dá a construção do conhecimento”.
Em sua fala, ela destacou que o processo de avaliação, e a forma como compõe o processo avaliativo, reflete também modos de ver o mundo, expressando seus pontos de vista. “Ao ensinar eu também aprendo, e o ensinar e aprender se relacionam, e essa compreensão se reflete diretamente na avaliação”, defendeu.
Sandramara Matias instigou o público com a pergunta "há ensino sem aprendizagem e aprendizagem sem ensino?". Durante o desenvolvimento o seu raciocínio, ela lembrou que a maneira de agir no mundo, e em sala de aula, também é formativa. A professora lembrou que aplicou milhares de questionários, assistiu aulas e realizou grupos focais pra tentar entender na prática os pormenores que envolvem essa temática. “Qual o objetivo de avaliarmos? Para conseguirmos mensurar o ensino e aprendizagem”, defendeu. A professora relatou experiências bem sucedidas de avaliação continuada, inclusive na área de exatas. “Quando um estudante termina uma prova e conversa com colegas sobre as respostas, descobrindo o que era o correto, também é aprendizagem”, considerou. Como princípios norteadores, devem ser levados em consideração que a aprendizagem é algo interior do aluno e que o acesso a esse processo se dá por meio de indicadores externos. “Avaliar sempre o que é significativo para a formação profissional do seu estudante. Trabalhando sempre com o parâmetro ideal e não o real”, defendeu.
A apresentação cultural da abertura ficou por conta de Telma Oliveira e Jeane Valadares
Sandramara Matias Chaves compartilhou suas experiências e trabalhos de pesquisa realizados na relação ensino-aprendizagem na UFG
Israel Elias Trindade colocou a Prograd à disposição dos cursos de graduação que estão passando por avaliação este ano
Felipe Terra Martins, pró-reitor de Pós-graduação, defendeu que a graduação adote o uso de conceito e não de Notas para avaliação estudantil
