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Polo de Tecnologias Sociais e Sustentabilidade nasce inovador e pioneiro

In 30/07/24 06:56 .

PTSS atua no manejo de resíduos e impacta na inclusão social de catadores de material reciclável 

Texto: Caroline Pires

Fotos: Carlos Siqueira

Inovador e pioneiro. O Polo de Tecnologias Sociais e Sustentabilidade (PTSS) da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi inaugurado na segunda-feira (29/7) como um marco sobre como parcerias entre entes públicos e participação social podem ter impacto direto no dia-a-dia da sociedade. O PTSS já nasce com a participação ativa das cooperativas de catadores de material reciclável e um maquinário para fracionamento do vidro, que irá ser um divisor de águas na vida desses trabalhadores e no tratamento de resíduos no Estado de Goiás. O espaço já possui também em pleno funcionamento um núcleo para incentivar o desenvolvimento da área de solos e meio ambiente, além de uma usina experimental de biodiesel, que também já está ativa. O espaço de 35 mil metros quadrados (m2) está pronto para receber ainda mais investimentos e seguir se expandindo, servindo de modelo para o desenvolvimento social no Brasil. A cerimônia de inauguração foi prestigiada por dezenas de autoridades e representantes da sociedade civil, todos imbuídos da missão de tornar o PTSS ainda mais ativo, cooperativo e forte em suas ações. Confira a galeria de fotos.

Os discursos da tarde começaram com o vice-diretor do PTSS, Cláudio Cardoso, lembrando que o conselho diretor da Escola de Agronomia (EA) colaborou para a criação do polo a partir de discussões atentas sobre a necessidade de conceber um espaço que desenvolva trabalho de intersecção entre tecnologia e sociedade. “Esperamos em breve ter área para o processamento de plástico, refeitório, posto médico e outras estruturas extremamente importantes, visando o desenvolvimento do polo. A UFG hoje reafirma mais uma vez o seu compromisso com a sociedade”, afirmou. Segundo o professor, o PTSS irá ser referência e inspiração para o desenvolvimento de outros polos similares por todo o Brasil. Dulce Vale, da Cooper Rama, contou que o processamento do vidro é um problema para os catadores de material recicláveis no Brasil e que a inauguração do maquinário para este processamento representa uma valorização das pessoas que fazem as instituições. “Quero agradecer em especial o Fernando Bartholo e o promotor Juliano Barros por toda a dedicação e pressa em nos atender”, agradeceu. Ela destacou que o equipamento está sediado na Universidade, o que seja uma confiança e liberdade para o uso, destacando que o polo deve ser usado e abraçar os projetos dos catadores. “Se as empresas procuram a Universidade para solução dos problemas, por que nós, das cooperativas, não podemos também fazer parcerias? Segunda-feira quero estar aqui apresentado um novo projeto”, incentivou. 

O polo ocupa uma área na Escola de Agronomia da UFG, e já tem em sua estrutura, além do maquinário de fracionamento de vidro que está sendo inaugurado, também o Núcleo de Pesquisa e Inovações em Ciência do Solo (NucliSolos), coordenado pela professora Eliana Brasil, e a Usina Experimental de Biodiesel, coordenado pelo professor Wilson Mozena. O diretor do PTSS, Carlos Hoelzel, também iniciou seu discurso agradecendo pessoas que considera fundamentais para a estruturação física do polo. “Percebemos de início a importância de profissionalizar e pensar o desenvolvimento de produtos pelas cooperativas. O polo vem trazer plantas referenciais que possam ser escalonadas e apoiar projetos que se relacionam com as práticas de sustentabilidade”, explicou. De acordo com o diretor, a expectativa é que 170 pessoas trabalhem no polo diretamente e que, para atender essas pessoas, novos funcionários espaços deverão ser desenvolvimentos. Por fim, ele agradeceu a confiança e defendeu que todas as vezes que a Universidade enfrenta problemas novos, se faz necessário também pensar soluções nunca antes pensadas. “Queremos dialogar com as cooperativas e anunciar que estamos trabalhamos todos os dias não só na parte física, mas também na parte estratégica. Identificamos que hoje o fundamental para as cooperativas é pensar a sua regularização. Por isso, já anúncio que nos próximos três meses nós teremos as condições de auxiliar cada uma das cooperativas com esses projetos”, anunciou. 

 

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Ao lembrar que é egresso da UFG, o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) Juliano de Barros Araújo conta que começou a trabalhar a inclusão social dos catadores de material reciclável em 2011. “Assumimos o papel protagonista de dar o encaminhamento para a efetiva inclusão social, que significa a sua emancipação e autonomia, e isso vai muito além de algum tipo de assistencialismo”, defendeu. De acordo com o promotor, o polo irá utilizar o conhecimento da Universidade com o trabalho realizado pelas cooperativas, como exemplo dessa ação, ele citou o cuidado para a realização da incubação das cooperativas. Para que a ideia inovadora do polo se propague, é necessário a realização de mais parcerias ainda “Estado e União também têm muito a colaborar para que essa ideia inovadora e única no País continue se desenvolvendo”, finalizou. O superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar em Goiás (MDA/GO), José Valdir Misnerovicz, destacou os desafios da desigualdade social no Brasil e a importância de que as causas desses problemas sejam priorizadas. “Fortalecer a economia social é uma necessidade para que nossa sociedade seja mais equilibrada”, defendeu. O superintendente se comprometeu a colaborar com a efetivação do refeitório do PTSS, “queremos estabelecer uma parceria para que seja oferecida uma comida de qualidade e sem agrotóxicos nesse espaço”, afirmou. O superintendente do Trabalho e Emprego em Goiás, Nivaldo dos Santos, resgatou uma fala do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva de que a fome se resolve com atuação política. O superintendente considerou que “é preciso seguir defendendo o diálogo e a mobilização política para que a economia popular se consolide no País”. 

 

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Carlos Hoelzel: diálogo com as cooperativas e trabalho na parte física e estratégica

 

Também afirmando a importância da pesquisa, e se questionando em que a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) pode cooperar com o PTSS, Luís Pereira, o presidente da OCB considerou que a função principal da instituição que ele representa é colaborar ainda mais para o desenvolvimento das cooperativas. “Nos colocamos à disposição para fazer o tripé pessoas humanas, cooperativas e empresas com o Centro de Profissionalização de Cooperativas Populares", afirmou. Já o assessor Especial da Secretaria de Governo do Estado de Goiás, Cassiano de Brito Rocha, reforçou que o PTSS é mais uma demonstração do poder da pesquisa aliado com a força política. “Goiás hoje é uma potência no uso dos recursos naturais do Estado e a UFG é parceira nesse processo”, exemplificou.

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, agradeceu a participação do vice-reitor, Jesiel Freitas Carvalho, pela cooperação e pela visão estratégica que ele empreendeu em todo o processo complexo que é a implementação do PTSS. Nominalmente a reitora exaltou as parcerias exitosas que foram estabelecidas e as possibilidade de desenvolver novas ações de forma colaborativa. “O polo só irá funcionar se os trabalhos forem realizados de maneira interdisciplinar, por isso a quantidade de instituições aqui representadas e os diversos diretores de unidades acadêmicas presentes demonstram a complexidade do tema mas também a importância dessa colaboração já efetivada”, afirmou. Segundo a reitora, há vários marcos na história de criação do PTSS, e que a inauguração é mais um passo nessa trajetória, “sem as cooperativas esse lugar também não funciona, por isso queremos estar próximos e receber cada uma dessas pessoas. Agradecemos a confiança das cooperativas e eu espero que aqui também se torne a casa das cooperativas e dos catadores de material reciclável”, comprometeu-se a reitora. Angelita Pereira entende que a instituição tem o compromisso com os processos de sustentabilidade e que o tema tem sido pensado de maneira integrada. “O resultado disso tudo, além da inclusão que é o nosso foco, o Cerrado irá agradecer e o futuro dos nossos filhos e netos serão agraciados. Que esse seja o início de uma virada de chave dos resíduos no Estados de Goiás”, finalizou a reitora. 

 

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Reitora: "que esse seja o início de uma virada de chave no manejo resíduos no Estados de Goiás”
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Maquinário no valor de R$ 697 mil foi custeado com verbas federais da Senaes e Codevasf

 

 

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Por uma agricultura mais sustentável

O Programa UFG NucliSolos Agroambiental tem como missão contribuir para o processo de desenvolvimento de pesquisas tecnológicas em ciência do solo e meio ambiente, nas temáticas qualidade do solo, bioinsumos e fertilizantes naturais. A coordenadora do NucliSolos, Eliana Brasil, destaca que entre os objetivos estão também qualificar as pessoas, de forma contínua e atualizada, através da oferta em cursos profissionalizantes em educação socioambiental, promover o empreendedorismo entre os jovens, além de estimular a busca pela investigação científica e o desenvolvimento das potencialidades humanas, colaborando para uma agricultura sustentável, afirmou.

Além da vertente de educação tecnológica, no espaço são desenvolvidas ações de ensino, pesquisa e extensão, visando à formação de futuros profissionais com alta performance profissional e habilitados para promover o bom uso de solos. “Queremos contribuir ativamente para o reaproveitamento dos recursos urbanos e agroindustriais (fração orgânica), para obtenção de insumos naturais e inteligentes para uma agricultura regenerativa, segurança alimentar e redução dos passivos ambientais", explicou Eliana. 

A partir da estruturação das ações do NucliSolos, em breve será inaugurado também o Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio), uma Unidade de Transferência em Tecnologias (UTTs). A professora Eliana Paula Fernandes Brasil é a coordenadora-executiva e o professor Cirano José Ulhoa é o coordenador-técnico de Difusão Tecnológica do Cebio UTT UFG Nuclisolos Agroambiental, respectivamente. Eliana Brasil explica que entre os trabalhos do centro a serem desenvolvidos serão pesquisas de prospecção de  fungos micorrízicos arbusculares no cerrado Goiano, com potencial biotecnológico para a produção de bioinsumos. A expectativa é que a biofábrica receba novos equipamentos entre agosto e outubro deste ano, para aprimorar ainda mais os trabalhos que estão sendo desenvolvidos, gerando pesquisas de iniciação científica, dissertações, doutorado e Pós Doutorado.

O Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio) é um projeto fomentado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), Fundação de Amparo à pesquisa (Fapeg), tendo como proponente principal o Instituto Federal Goiano (IFGoiano) e parceiros externos Universidade Federal de Goiás, Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Universidade Federal de Catalão (UFCat).

Unidade Experimental de Biodiesel

No PTSS está instalado o Laboratório de Biocombustível e Biodiesel, onde funciona a Unidade Experimental de Biodiesel. A criação do espaço é resultado de projeto apresentado ao antigo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que permitiu a execução da obra que proporciona a produção de até 5 mil litros de biodiesel por dia. A Unidade de Biodiesel foi doada pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene). Além do galpão, há seis reservatórios para o acondicionamento de metanol, óleo, biodiesel e glicerol. O laboratório conta, ainda, com compressores, resfriadores, torres de separação, reatores e dosadores de catalizadores, entre outros.

O diretor da Unidade, Wilson Mozena, explica que “o objetivo da unidade é otimizar processos em uma escala ampliada. Além disso, trabalhamos também o lado de educação ambiental, reaproveitando o óleo de frituras evitando a contaminação das águas”. Segundo ele, o intuito é que essa área de pesquisa continue recebendo investimentos, focando também na produção de energia limpa. 

 

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Fonte: Secom

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