Comunidade acadêmica celebra nova casa do Câmpus Aparecida UFG

Texto: Caroline Pires e Versanna Carvalho

Fotos: Carlos Siqueira e Júlia Barros

A alegria estava estampada nos rostos de dezenas de estudantes que desciam animados do ônibus que chegou às 8h no novo Campus Aparecida de Goiânia da UFG. "Agora nós temos casa", resumiu Juan José Gonçalves, estudante do quarto período do curso de Geologia. O prédio de seis andares é um embrião de 7.400m² que oferece a partir de agora o espaço físico adequado para os quatro cursos que irão funcionar inicialmente no espaço. O momento de acolhimento à comunidade universitária foi realizado na segunda-feira (25/9), primeiro dia do semestre letivo de 2023/2. O álbum de fotos em breve será disponibilizado nessa notícia.

 

Estudantes compareceram ao acolhimento no Campus Aparecida de Goiânia e dividiram a felicidade de partilhar desta conquista

 

De uma estrada de terra em um pasto doado para uma área estruturada com água, energia, internet e transporte público. Muita coisa mudou nos últimos quase 10 anos que foram necessários para que a inauguração fosse possível. O atual vice-coordenador administrativo da FCT, Diógenes Santos, era estudante de Administração da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em 2014 quando as portas desta instituição foram abertas para receber os primeiros cursos do Campus Aparecida de Goiânia da UFG. "Me emociono profundamente de saber que fiz parte do nascimento e que hoje pude colaborar com essa mudança. É uma conquista tão grande e que oferece a autonomia necessária para a realização dos nossos trabalhos", comemorou. O servidor agradeceu imensamente a atual gestão da FCT pela voz que dá àqueles que trabalham na unidade acadêmica. "Aqui temos o sentimento constante que o trabalho é construído de forma coletiva. Só temos que agradecer por fazer parte dessa família", destacou.

Júlio Valandro, diretor da FCT, foi um dos gestores que atuou de forma incansável, não só pela construção, mas por oferecer as condições para o funcionamento do Campus Aparecida

 

Os servidores, técnico-administrativos e docentes, mobilizaram-se para que a mudança acontecesse de forma a aproveitar da melhor maneira o espaço físico que está disponível. O coordenador do departamento técnico da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Denys Mesquita, destacou como foi o desafio para a área. "Foi um trabalho de resolver pequenos problemas diariamente", lembrou ele, ao citar que foram instalados quase 150 computadores e data shows, além de 33 pontos de acesso para internet.

Reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, enalteceu o trabalho dos gestores que lhe antecederam para a implementação do Campus na cidade de Aparecida de Goiânia 

Apesar de ter sido aprovada como docente do curso de Engenharia de Materiais em abril de 2022, Fernanda Troysi também se sente parte da conquista da abertura do Campus Aparecida. "Ainda faltam muitos detalhes, mas tenho convicção de que juntos vamos conseguir fazer desse espaço cada vez melhor e maior", considerou. 

Já Diullie Costa está animada porque, mesmo finalizando seu curso como aluna do oitavo período de Geologia, terá oportunidade de estudar no novo Campus. "Estou muito animada para conhecer o novo laboratório. Parece que eu nem estou acreditando direito que estou aqui", brincou a estudante.

Acolhimento

Depois da recepção inicial aos estudantes, técnicos administrativos, docentes e visitantes com café da manhã e apresentação cultural, foi realizada a Cerimônia de Acolhimento da Comunidade Acadêmica do Campus Aparecida de Goiânia. A primeira convidada a falar foi a representante dos discentes, Ariane Rodrigues Dias. Ela conta que o novo campus foi muito desejado, não apenas pela comunidade acadêmica, mas também pelo município de Aparecida de Goiânia. "Ter uma universidade federal dentro do município é um presentaço", diz. A estudante defende que "os discentes se organizem e se mobilizem para conseguir fazer com que o espaço seja cada dia mais acolhedor: para nós e para os próximos discentes que vão chegando, que a gente consiga se organizar para trazer um possível Música no Campus e eventos culturais". 

Atual diretora executiva da Funape, Sandramara Matias Chaves, citou a atuação dos antigos reitores da UFG, Edward Madureira Brasil e Orlando Afonso Valle do Amaral, como fundamental para que o sonho do Campus Aparecida fosse realizado

 

O coordenador de assuntos administrativos, Cleosmar Correia Laureano, relembrou o trabalho árduo para fazer a migração do prédio da UEG para a sede própria, principalmente nas últimas semanas, agradecendo a todos os órgãos e unidades que de alguma forma contribuíram para que esse processo acontecesse. Cleosmar cumprimentou em especial à equipe da FCT, em todos os níveis hierárquicos, por ter se desdobrado para iniciar o segundo semestre letivo de 2023 já nas novas instalações.

O diretor da unidade acadêmica em atividade no Campus Aparecida, Júlio Valandro, deu boas vindas aos estudantes. "Sintam-se acolhidos. Essa é a nossa nova casa". Ao remontar os primeiros anos de trabalho pela viabilização do novo campus, Júlio observou que o início do processo de construção da sede própria ocorreu em 2013. "A implementação efetiva do campus na UEG ocorreu em 13 de agosto de 2014, uma terça-feira, justamente em um ano que praticamente se encerrava um um ciclo virtuoso de investimento na educação superior pública e a UFG não se intimidou e de forma muito corajosa, sob a liderança do professor Orlando, deu continuidade ao projeto, tendo como coordenadora a professora Sandramara na implementação". 

 Júlio Valandro comentou que o diretor do Campus Metropolitano - Aparecida de Goiânia da UEG, João Cândido Barbosa, foi convidado, mas não pode comparecer à solenidade. "Ele não pode estar conosco hoje, mas não tem como deixar de agradecer. Bem como ao IFG [Instituto Federal de Goiás] pela parceria com o RU [restaurante universitário]. O professor Eduardo [de Carvalho Rezende, diretor-geral do Campus Aparecida de Goiânia] também foi convidado e está aqui conosco. Tivemos sempre uma relação genuinamente republicana com essas instituições o que foi fundamental para que pudéssemos, ao longo desses anos, qualificar o nosso processo e a nossa estada nessas casas. Hoje estamos na nossa casa definitiva, mas faço questão de fazer esse registro", declara.

Ciente dos desafios do presente e do futuro, o diretor da FCT celebra o que foi conquistado nos últimos anos. "Há pouco mais de três anos nós não tínhamos pavimentação, água, energia, internet, transporte público. A Universidade está sendo protagonista em trazer esses benefícios para essa região".

Gestores da UFG se uniram a comunidade acadêmica nesse primeiro dia de funcionamento do Campus Aparecida de Goiânia 

 

Júlio adianta um pouco sobre projetos futuros que vão impactar a região do Campus Aparecida. "Já temos notícias que a alça da BR [rodovia federal] que vai passar aqui pertinho está no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], vamos aguardar. Sabemos de alguns empreendimentos que estão vicejando nesta região. Ou seja, nós estamos polarizando o desenvolvimento aqui, já somos uma realidade e de fato seremos agentes, como já estamos sendo, transformadores".

Pessoas

A ex-vice-reitora da UFG e atual diretora-executiva da Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape), Sandramara Matias Chaves, participou de diferentes etapas do processo de criação e de construção do novo campus. "Foram inúmeros desafios, para conseguir o local, para começarmos a funcionar, para conseguir implementar os primeiros cursos, para fazer o processo seletivo e esses desafios foram sendo superados pelas pessoas, que se envolveram muito e lutaram muito para que o dia de hoje se tornasse realidade".

Para o ex-reitor da UFG, Orlando Afonso Valle do Amaral, que estava à frente da Universidade em 2014, é emocionante poder ver o caminho percorrido para a construção da sede própria do novo campus nos últimos nove anos. "O bom de já ter uma certa idade é ter vivido muitas coisas e ter uma visão mais em perspectiva das dificuldades e saber que, com vontade e com disposição a gente consegue superar muitos desafios. Desafios esses que vocês terão de superar e vencer no Campus de Aparecida. Esse é o primeiro passo, importante, mas daqui para frente vocês, estudantes principalmente, têm papel fundamental para ajudar o Júlio e a comunidade a resolver os problemas e ter a tranquilidade de saber as coisas não acontecem de um dia para o outro, que é conquista, é construção e é coletivo", ensina.

Certeza, confiança e coragem

Logo depois dos dois primeiros mandatos de Edward Madureira (2006-2010 e 2010-2014), como reitor da UFG, no qual teve início o projeto de criação do Campus Aparecida, o cargo de reitor foi assumido pelo professor Orlando (2014-2017). O vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, contou uma história desse período que fez os presentes rirem. Segundo ele, em uma visita ao terreno que hoje sedia a nova sede, o professor Orlando teria dito: 'empenhamos. A construção está empenhada. Temos quatro mil reais na conta'. "Essa era a situação naquele momento. Na verdade é certeza, confiança e coragem que é o que permite construir o futuro, que é o que levará a construir um grande e ainda mais sofisticado campus daqui para frente".

Jesiel continua afirmando que, além de um dia de comemoração e agradecimento, é também um dia de tomada de consciência. "O futuro agora está na mão de vocês. É preciso construir e ninguém vai construir esse campus no lugar de vocês, a comunidade da FCT. O desafio é grande, mas tenho convicção de que as pessoas que têm hoje essa responsabilidade de conduzir esse campus vão transformar esses 7.200 metros quadrados iniciais em um campus pujante e importante para o futuro da região".

Após a cerimônia, foi servido um almoço para os participantes do evento

 

Antecessores

Ao tomar a palavra, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, deu boas-vindas à comunidade acadêmica da FCT e da UFG. "Eu quero com emoção, muito carinho e humildade receber vocês em nome de todos os que vieram antes. Eu começo aqui fazendo referência ao ausente, professor Edward, professora Sandramara e professor Orlando, gestores que sonharam e tiveram a ousadia e a coragem. A obra não é de uma só pessoa, é de todos vocês, é de todos nós, mas alguém, em algum momento, tem que tê-la sonhado, desejado e querido antes e tem que ter tido a coragem para fazer". 

Angelita enfatizou a importância de reconhecer o papel da UEG nesse processo, bem como do poder público local. "Desde o então prefeito Maguito Vilela, ao que se seguiu, [Gustavo] Mendanha e agora, ao atual prefeito, Vilmar [Mariano], ao qual coube, nessa reta final dar esses últimos passos, mas caberá a ele muito mais, pois teremos muito mais do que tratar com o prefeito". 

A reitora da UFG destaca que esse também é um momento de prestação de contas e citou o fato de a imprensa acompanhar a UFG e de um jornal de grande circulação na Capital ter dedicado uma de suas páginas ao novo Campus Aparecida de Goiânia da UFG. "O momento é de prestação de contas das decisões tomadas, das ações que fazemos e do recurso público que utilizamos e como utilizamos. Apresentar à sociedade o resultado do nosso trabalho coletivo, de equipe institucional de uma obra terminada é nossa tarefa. Obra terminada neste ponto em que estamos, possível de ser ocupada, possível de ser, agora sim, melhorada e projetar o futuro".

"Nesse momento, a nossa tarefa agora é consolidar e a consolidação se dá, primeiro, por esse ato efetivo da ocupação. Não se consolida com ausência, desengajamento e falta de compromisso. A consolidação é a tarefa que começa a partir de hoje no Campus Aparecida UFG. Essa é a condição para que possamos dar o passo seguinte, que é o crescimento", afirma a reitora.

"É importante dizer que, de nossa parte, do ponto de vista da gestão, tivemos a oportunidade de fazer a sugestão de obras no PAC Educação, que ainda não saiu, mas incluímos como obra prioritária para a UFG, a construção do Restaurante Universitário do Campus Aparecida UFG. Se nós queremos consolidar, ser referência, estar prontos para o que o futuro cobrará de nós, é importante que comecemos a dar os outros passos. Estamos aguardando ansiosamente a lista das obras que serão aprovadas para o PAC, para que, se aprovada, comecemos a organizar a construção do restaurante universitário que será fundamental para o que virá depois".

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