Contra o racismo, por reparação histórica e bem viver
II Julho das Pretas, evento nacional, passa a integrar o calendário de atividades da UFG
Texto: Caroline Pires
Fotos: Júlia Barros
Com um olhar para as lutas do passado, sem deixar de seguir lutando pelos direitos das mulheres negras, o pátio do Instituto de Química recebe hoje, 25/7, até às 17h atividades que integram a agenda nacional do Julho das Pretas, um mês repleto de propostas por várias organizações que visam o fortalecimento da ação política e autônoma das mulheres negras. O evento na UFG é uma oportunidade para celebrar os direitos alcançados, mas, principalmente, para debater e se posicionar contra as violências que essas mulheres sofrem ainda hoje. O espaço recebe ainda uma feira de mulheres negras empreendedoras, rodas de conversa, performances e oficinas. No local também estão sendo realizados testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, participou da abertura do evento e reforçou a UFG como instituição que ocupa espaços em prol dos direitos das mulheres negras
Destacando que o Julho das Pretas passou a ingressar o calendário oficial de eventos da universidade, a secretário de Inclusão da UFG, Luciana Dias, reforçou a necessidade de que as discussões que envolvem o tema sejam constantemente realizadas dentro e fora da instituição. "Vivemos em uma sociedade machista e racista, é nosso dever ocupar os espaços e seguir lutando e defendendo os diretos das mulheres negras. Convidamos todos a visitar a feira, se engajar nas discussões e participar ativamente desse mês de atividades", convidou a secretária.
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, lembrou que a abertura do evento foi prestigiado por mulheres gestoras da universidade, que demonstram o compromisso que a UFG tem com essa temática. "Nosso objetivo não é representar, nosso objetivo é ocupar espaços. Estamos aqui para consagrar o fato de que nossa instituição, composta por pessoas, está empenhada em remarcar as lutas, somar vitórias e seguir batalhando com vigor e esperança", concluiu. Na ocasião, a reitora informou que Luciana Dias foi convidada para compor uma comissão do Governo Federal com o objetivo de rever e aprimorar a política de ações afirmativas no Brasil.
Feira montada no espaço incentivou o trabalho de mulheres negras
Homenagens
Em sua fala, a reitora lembrou ainda que na última sexta-feira, 21/7, o Conselho Universitário aprovou a a concessão do título de doutora honoris causa à professora, jornalista e poeta Leodegária Brazília de Jesus. A proposta foi do Câmpus Goiás e da Faculdade de Direito. Leodegária Brazília de Jesus nasceu em Caldas Novas e foi intelectual e poetiza atuantes no estado de Goiás no início do século XX. O título será concedido no dia 8 de agosto, na cidade de Goiás, e dará início as comemorações dos 125 anos do curso de Direito da UFG. A entrega do título marca uma reparação história a proeminência da intelectual que foi impedida de cursar Direito, na Academia de Direito de Goiás, em razão da discriminação de raça e gênero, além de perseguições políticas.
Já Luciana Dias lembrou da proeminência e da necessidade de que seja sempre relembrada a atuação de Tereza de Banguela, líder quilombola, que lutou 20 anos contra o governo escravista. Em homenagem a Tereza de Benguela, o dia 25 de julho é oficialmente no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Mulheres presentes na abertura foram convidadas a tirar uma foto marcando a abertura do evento
Expositoras irão comercializar seus produtos até às 17h
Quelle: Secom/UFG
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