Seminário discute permanência de estudantes indígenas
Proposta é ouvir demandas dos discentes para a gestão da Universidade pensar em soluções
Pensar formas de melhorar a inclusão e permanência de estudantes indígenas ouvindo quem vive essas experiências: os próprios estudantes indígenas. Essa é a proposta do Seminário Ingresso e Permanência de discentes indígenas na UFG realizado no dia 18 de abril pela Secretaria de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (SIN UFG) em parceria com o Núcleo Takinahakỹ. A proposta do evento era acolher os estudantes indígenas em suas especificidades, escutar suas demandas e também discutir possíveis soluções para elas. Entre os participantes estavam o pró-reitor de Graduação (Prograd), Israel Elias Trindade, que representou a Reitoria, a secretária de Inclusão Luciana Dias e a diretora de Desenvolvimento e Acompanhamento da Docência da Prograd, Amone Inácia.
A proposta é realizar outras reuniões ampliadas, mas também debates internos nas unidades destacando diversas temáticas que interessam aos estudantes indígenas na garantia de seu ingresso e permanência na UFG. O professor Arthur Ângelo Bispo do Núcleo Takinahakỹ destacou que o seminário é mais uma tentativa de dar voz aos indígenas, bem como aos professores que trabalham a temática: “Sempre é possível aprender com os indígenas como trabalhar suas demandas”, afirmou. A professora do Núcleo, Aline da Cruz também lembrou das diversas especificidades do Núcleo Takinahaky e como ainda há um longo caminho para considerar essas especificidades nas estruturas de gestão da universidade. Luciana Dias destacou que o debate tem ampliado e que a UFG faz muito pela inclusão, sendo pioneira entre as universidades nesses processos, no entanto, sempre é possível fazer mais e melhorar essas ações.
A proposta do seminário era realizar diversos painéis temáticos que terão continuidade em outros eventos. A proposta é que em julho seja realizado novamente uma reunião maior com os estudantes. Neste primeiro seminário, a temática foi o Painel de desempenho acadêmico. O pró-reitor de Graduação em sua fala adiantou que estão sendo pensadas alternativas específicas para estudantes indígenas e quilombolas e também outros estudantes da universidade com relação ao edital de exclusão.
O debate trouxe dois estudantes que passaram por processos de exclusão na UFG: o estudante indígena Bruno Kambeba e Rafaella Karajá, também estudante indígena, que se formou recentemente em Direito. Os dois apresentaram suas histórias e o quanto tiveram dificuldades para a permanência na instituição. Rafaella destacou que há diversas questões que precisam ser consideradas: o preconceito, a dificuldade linguística e de entendimento, o adoecimento mental ao entrar em contato com esses problemas dentro da instituição, entre outros. Após os relatos, membros da Prograd e da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil também orientaram os estudantes sobre alguns cuidados necessários para evitar processos de exclusão e interrupção de benefícios como as bolsas. Mesmo com esses cuidados foi destacada a necessidade de se prever em documentos da universidade especificidades sobre o tempo de permanência desses estudantes na UFG.
Para outros seminários que serão posteriormente marcados e divulgados serão tratados temas como: assistência estudantil, reconhecimento de saberes e processos seletivos.
Fuente: Secom UFG