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Criação de Centro de Ciência Aberta é discutida na UFG

Em 12/07/22 13:06.

Implementação exige a ampliação do debate e desenvolvimento desta cultura em vários âmbitos da universidade

Texto: Caroline Pires
Fotos: Carlos Siqueira

Com a consolidação do conceito de Ciência Aberta, que é um movimento mundial de fazer crescer a cultura de divulgação de pesquisas não só por artigo, mas também pela abertura de dados produzidos ao longo do processo investigativo, muitos avanços têm sido possíveis no que se refere à pesquisa acadêmica. Além disso, o avanço tecnológico abriu as portas para a possibilidade de publicizar e compartilhar dados de pesquisa, aos moldes do que é feito nos grandes centros de pesquisa do mundo. Com essa realidade no horizonte, foi realizada na última semana, 8/7, na Reitoria da UFG uma reunião com o objetivo de apresentar o projeto de desenvolvimento do Repositório de Dados de Pesquisa da UFG, fomentando a Ciência Aberta na instituição. Ao final da reunião, ficou definida a criação do Centro de Ciência Aberta da UFG, que deverá ser implementado nos próximos meses, a partir de discussões e debates sobre o tema, bem como a colaboração das nossas diversas unidades acadêmicas e órgãos administrativos da Universidade.

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Profa. Laura Rezende explica que, ao ter sido contemplada em edital, a UFG se torna pioneira na incubação de repositório de dados de pesquisa no Brasil


Na ocasião, a professora Laura Vilela Rodrigues Rezende, da Faculdade de Informação e Comunicação anunciou que em 2021 a universidade foi contemplada no edital Ciência Aberta (IBICT e RNP) de incubação de repositório de dados de pesquisa, juntamente com apenas outras três instituições de pesquisa brasileiras. Segundo a professora, a contemplação no edital ofereceu para a UFG um ano de assessoria na implementação inicial do seu repositório, bem como suporte tecnológico e conceitual, além de DOIs fornecidos pelo CNPQ gratuitamente para identificação única de seus conjuntos de dados de pesquisa que serão armazenados no repositório. “Esta conquista coloca a UFG como pioneira no cenário nacional de implementação de repositório de dados”, frisou. Já a professora Rejane Faria Ribeiro-Rotta, secretária adjunta de Relações Internacionais da UFG, defendeu que o atraso ao iniciar esse tipo de movimento em uma instituição vai na contramão do que é feito atualmente no resto do mundo. “Com um repositório de dados a universidade se empodera do que ela está fazendo. A partir desta conquista será possível ser mais forte diante da pontuação dos grandes editais internacionais”, afirmou.
Durante a apresentação, o vice-reitor, prof. Jesiel Carvalho, defendeu que o tema seja debatido amplamente no âmbito acadêmico, para que a universidade possa desfrutar da melhor forma possível desta conquista. “Precisamos ampliar a discussão e evitar possíveis efeitos colaterais causados por desconhecimento do tema durante a implementação deste projeto. É fundamental que toda a comunidade esteja envolvida na construção do projeto”, ressaltou. Já a reitora da UFG, profa. Angelita Pereira de Lima, acrescentou que a criação de um repositório de dados na instituição é, ao mesmo tempo, um grande avanço e desafio. “No momento atual estamos revendo a missão da Universidade, e neste contexto é necessário pensar as especificidades dos processo que já estão em curso ou que serão criados. Em especial precisamos ampliar e pensar formas para que as Ciências Humanas também possam ser compreendidas e contempladas também no contexto do repositório de dados”, pontuou.

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A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, reforçou a necessidade de que as artes e as ciências humanas também sejam contempladas


Reforçando que a implementação do sistema demanda esforços em várias frentes, a profa. Laura Rezende lembrou que, a Fapesp, agência de fomento do estado de São Paulo, já exige dos pesquisadores que pleiteiam bolsas para projetos a apresentação de um plano de gestão dos dados que serão gerados ou obtidos durante as pesquisas. Neste documento os pesquisadores informam detalhadamente que tipo de dados serão gerados e onde estarão armazenados e possibilidades de abertura de maneira estruturada. “Esta é mais uma demonstração da necessidade de mudanças de compreensão para que a cultura da ciência aberta possa encontrar campo na UFG. Gostaria de frisar também que não se trata de abrir e disponibilizar os dados desordenadamente, deve-se abrir o quanto for possível e fechar o quanto for necessário, nos casos de embargos ou registros de patentes, por exemplo. As licenças disponíveis permitem que tudo isto seja contemplado”, concluiu.
Participaram da reunião ainda o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, prof. Felipe Terra, a bibliotecária Cláudia de Oliveira Moura Bueno, e a pró-reitora adjunta da Pró-reitoria de Inovação, profa. Fabíola Souza Fiaccadori.

 

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"É fundamental que toda a comunidade esteja envolvida na construção do projeto”, afirmou o vice-reitor, Jesiel Carvalho

 

Próximos passos
Durante as discussões, ficou acertado que o Centro de Ciência Aberta da UFG será ligado à Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) e contará com um comitê gestor deliberativo com representantes de diversos segmentos da universidade, com o objetivo de conferir a pluralidade necessária para o andamento dos trabalhos.
Para que o repositório de dados da UFG se estruture, será necessário ainda a criação de uma política de Ciência Aberta.. “A conquista exigirá uma permanente estratégia de divulgação do tema e do repositório, principal ferramenta que contribuirá com o processo de abertura do fazer científico, além de também um plano de formação, na graduação e pós-graduação, para que todos possam se envolver e ter clareza do tema”, reforçou a profa. Laura Rezende.

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