1º diretor do ICB recebe título de Professor Emérito

Texto: Luciana Santal

Fotos: Julia Barros

Em cerimônia realizada no Auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás (BC-UFG), na quinta-feira (24/3), o docente aposentado do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Alberto José Centeno, foi homenageado com o título de Professor Emérito da universidade. Após décadas de notórias contribuições às ações de ensino, pesquisa, extensão e gestão da UFG, o professor Centeno pode receber a honraria das mãos da reitora Angelita Pereira de Lima na presença de familiares, amigos e colegas de instituto. 

A mesa diretiva também contou com a presença do diretor do ICB, Gustavo Rodrigues Pedrino; do vice-diretor do ICB, Rones de Deus Paranhos; a docente do ICB, Lee Chen Chen; e do ex-reitor da UFG, Edward Madureira, que, em sua gestão, assinou a Resolução de concessão do título. A estudante do ICB, Elizangela, encantou a todos com uma apresentação de violino.

Saudações

A primeira integrante da mesa a fazer uma saudação ao homenageado foi a professora Lee, que trabalhou com o professor no mesmo departamento até quando ele se aposentou, em 1995. Ela se disse muito emocionada em fazer um pronunciamento em um dia tão especial. “Posso afirmar que o professor Centeno é, sem dúvida, uma pessoa incansável, que está sempre procurando aperfeiçoar e inovar no que faz”. Relatou inúmeras contribuições do professor à UFG, que mais que justificam a concessão da honraria. “Ele é, acima de tudo, um ser humano íntegro. Queridíssimo professor Centeno, seu legado permanecerá sempre em nossos corações e mentes. Parabéns pela justa homenagem!”.

Aluno de mestrado do professor Alberto em 1985, o ex-reitor Edward relembrou do primeiro programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramentos de Plantas da Escola de Agronomia, no qual o homenageado ocupou o cargo de primeiro coordenador. Essa passagem fez sorrir o agora professor emérito da UFG. “Eu sou fruto desse programa de pós-graduação. Eu me preparei para a seleção do mestrado com um livro escrito pelo professor Centeno.

“Completamente tomado pela emoção”. Foi assim que o vice-diretor do ICB, Rones Paranhos, definiu seu sentimento ao proferir o discurso em saudação ao homenageado. Ele enfatizou que a gestão do instituto prega pelo respeito à memória, contou que conheceu o ICB quando veio de Jataí para participar do 1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFG (Conpeex). “Muito obrigado pelo ICB que o senhor nos deixou!”, agradeceu Rones.

Memórias

Ao chegar sua vez de falar, Alberto mostrou que o sangue de professor continua a circular firme em suas veias. Dirigiu-se ao púlpito e agradeceu aos integrantes da mesa diretiva, em especial, à professora Lee, que ele considera como uma filha e que “herdou” o laboratório em que ele desenvolvia suas pesquisas; e ao ex-reitor Edward: “que mora no meu coração, pela presença em minha vida como reitor e como diretor”, falou emocionado. Os presentes assistiram a uma verdadeira aula sobre a história da criação dos cursos superiores no Brasil e também sobre os fatos que antecederam a oferta das 20 vagas do primeiro vestibular para ingresso no curso de Ciências Biológicas. O conteúdo desse discurso memorável pode ser conferido no canal UFG Oficial.  

Um momento emocionante da cerimônia aconteceu quando o professor Alberto homenageou seu colega de trabalho de muitos anos, também professor da UFG, José Salum, já falecido . Convidou a esposa e o filho de Salum para juntos registrarem em foto que o diploma recebido por ele também é compartilhado com aquele que esteve ao seu lado na luta pela idealização, construção e fortalecimento do ICB. Ele também afirmou que recebe essa homenagem com alegria no coração.

Antes de encerrar a cerimônia, a reitora Angelita agradeceu o professor Alberto pelo pioneirismo e dedicação com a UFG por tantos anos. Ela relembrou que conheceu o homenageado em 1985, quando cursava o segundo ano de jornalismo e ele era candidato a reitor da Universidade. “É uma honra presidir essa sessão especial para conceder o título ao senhor. A juventude que ocupa diversos espaços na gestão da Universidade precisa ouvir histórias do professor Centeno. Elas são fundamentais para que a UFG continue sendo essa universidade grande e integrada, e não dividida em faculdades. Quero agradecer ao professor Centeno pelo seu protagonismo, criatividade, coragem e por toda sua dedicação. Tudo isso foi fundamental para fazer da UFG essa universidade forte, respeitada e muito bem ranqueada!", ressaltou. 

Trajetória

Em 1965, o professor Centeno ingressou na UFG como professor auxiliar de Bioestatística e Genética na Faculdade de Medicina. No ano de 1968, ele e o professor José Salum idealizaram e fundaram o Instituto de Ciências Biológicas da UFG. Foi o primeiro diretor do ICB, 1971 a 1975, e durante esse período, foram criados os cursos de graduação em Ciências Biológicas, nas modalidades bacharelado, médica (atual Biomedicina) e licenciatura.

O docente também foi o primeiro coordenador e um dos idealizadores do primeiro programa de pós-graduação do ICB - Programa de Pós-graduação em Biologia da UFG - que teve início em 1979. Na pesquisa, o professor Centeno foi pioneiro na linha de pesquisa de Radiobiologia e Mutagênese no estado de Goiás e instalou o Laboratório de Genética de Microrganismos e Radiobiologia (atualmente “Laboratório de Radiobiologia e Mutagênese”) no então Departamento de Biologia Geral do Instituto de Ciências Biológicas da UFG em 1976. 

Na administração, foi membro da Comissão de Reestruturação da UFG em 1967 e participou ativamente da criação do primeiro Estatuto da UFG. Centeno também atuou diversas vezes como chefe do Departamento de Biologia Geral, coordenador dos cursos de graduação e de pós-graduação do ICB.