Pesquisa de testes para covid-19 recebe R$ 1,3 mi do MPT-GO
Recurso será destinado pelo Ministério Público do Trabalho e pela Justiça do Trabalho em Goiás para a finalização e aplicação de testes desenvolvidos pela UFG
Texto e fotos: Salvio Farias
O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT/18a Região) destinaram R$ 1.322.000,00 à Universidade Federal de Goiás para que estudos sobre testes de identificação do novo coronavírus sejam finalizados e, em seguida, seja realizada a aplicação em larga escala. A transferência dos recursos foi oficializada na manhã do dia 21 de julho, no Gabinete da Reitoria da UFG.
Participaram da assinatura do termo de cooperação o reitor Edward Madureira Brasil, o procurador-chefe do MPT-GO Tiago Ranieri, a pesquisadora Gabriela Duarte, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação Jesiel Freitas Carvalho e, por meio remoto, o diretor executivo da Fundação de Apoio à Pesquisa na UFG (Funape), Orlando Afonso Valle do Amaral.
A professora Gabriela Duarte, que coordena o Grupo de Pesquisa de Biomicrofluidica do Instituto de Química que desenvolveu o teste, comemorou a chegada dos recursos. “Esse financiamento é fundamental para darmos sequência às pesquisas e implementarmos os testes de fato. Eles serão usados para compramos reagentes, EPIs, equipamentos de segurança, a instrumentação necessária para manipularmos esses testes em larga escala.”
Destacando a importância do desenvolvimento da pesquisa e da ciência no Brasil, o procurador-chefe do MPT-GO, Tiago Ranieri, disse que é preocupação do órgão destinar esses recursos a ações que promovam o bem coletivo. Ele explica que são valores oriundos de condenações de empresas que não cumpriram a Legislação Trabalhista. “Esses recursos devem ser revertidos para projetos que tragam benefícios para o trabalhador e para toda a sociedade”, afirmou o procurador.
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, agradeceu a destinação do montante. Segundo ele, o MPT tem tido atenção e sensibilidade ao olhar para a ciência. “Acreditar no conhecimento é muito louvável. A ação dessa cooperação é justamente o contrário da negação da ciência, algo comum que temos visto no nosso País ultimamente”, disse ele, comemorando que há instituições que conseguem ver e valorizar o que a Universidade faz.
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG, Jesiel Freitas, também estava presente à assinatura do termo de cooperação e louvou a doação. “Não só pela testagem imediata, mas também pelos resultados futuros do fortalecimento desse grupo, dos pesquisadores e dos docentes envolvidos que vão se preparando cada vez mais para o enfrentamento de situações difíceis e complexas como esta que estamos vivendo agora”, comemorou o professor.
O procurador Tiago Ranieri explicou o que motivou a escolha do projeto de testes da UFG. Ele ressaltou que o nível de testagem em Goiás ainda está muito baixo. “Somente agora tem sido noticiado que serão feitos testes em 78 municípios, mas nós temos 246 municípios. Isso mostra que esse projeto é de extrema relevância para o mundo do trabalho e para a sociedade como um todo”, justificou.
Testes mais rápidos e baratos
O financiamento propiciará a aplicação do teste desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa de Biomicrofluidica do Instituto de Química e do Laboratório de Genética Molecular e Citogenética do Instituto de Ciências Biológicas da UFG. O teste baseia-se no diagnóstico molecular – que é mais rápido, específico, sensível e barato, além de ser capaz de detectar a presença da COVID-19 já no primeiro dia de sintoma. Um dos testes mais utilizados atualmente, o RT-PCR, que busca material genético do vírus em células humanas, necessita de mão de obra específica e insumos laboratoriais importados - que estão em falta ou têm custo bastante elevado, já que há uma enorme demanda mundial por esses itens. (Veja aqui a matéria completa produzida pelo Jornal UFG sobre a pesquisa).
Confira também a matéria sobre as pesquisadoras responsáveis pela criação dos testes na série Bastidores da Ciência do Jornal UFG.
Fuente: Secom UFG
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