UFG segue discutindo o seu papel diante da pandemia
Professores, estudantes e líderes sindicais da UFG debateram pontos importantes durante o 1º Congresso Andifes
Mediado pela pró-reitora de Extensão e Cultura da UFG, Lucilene Maria de Sousa, o debate sobre as percepções do papel da universidade durante e após a pandemia uniu palestrantes das diferentes áreas de conhecimento na segunda mesa-redonda do Congresso. O professor e diretor da regional Goiás, da UFG, Renato Francisco dos Santos Paula, foi o escolhido para falar sobre às áreas de Humanas, a professora e diretora da Escola de Engenharia Civil e Ambiental, Karla Emmanuela Ribeiro Hora, fez sua apresentação sob o olhar das áreas das Exatas, e o professor e diretor do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Clecildo Barreto representou a área da Saúde.
Pró-reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Sousa, e o Diretor da Reigonal Goiás, Renato Paula
Ao iniciar sua fala, professor Renato Francisco lembrou que sua escolha também foi realizada para garantir, além da área de conhecimento, a representação negra, uma vez que os docentes “não passam de 3%” na universidade. E destacou a Humanidades como área estruturante histórica da universidade no mundo, presente em sua constituição inicial. Segundo o professor, a atual revisão e reordenamento da universidade proposto pelo atual governo, de supressão do espaço dessa área acadêmica e direcionamento à razão instrumental, “não corresponde à lógica emancipatória e plural” presente na história constitutiva da universidade. “Há um pensamento estruturado pela razão instrumental que, se for levado à cabo, significa o retrocesso ao desenvolvimento social, político, e humano” do País.
As Humanidades incomodam, de acordo com a análise do professor Renato Francisco, porque promove a reflexão crítica que ameaça os três pilares que garantiram a ascensão da extrema direita ao poder no Brasil. Sendo eles o jurídico, o comunicacional e o sociocultural. Em todos esses espaços essa área do conhecimento traz uma visão crítica dos cenários constitutivos e dos discursos em disputa.
Por sua vez, a professora Karla Emmanuela partiu de três pressupostos para elencar os desafios futuros da Universidade. O primeiro é a importância da universidade pública e gratuita para a sociedade, caracterizada por sua produção de conhecimento, divulgação, trocas na área da Ciência e Tecnologia, assim como pela formação humanística integral; já o segundo pressuposto diz respeito ao entendimento de que a universidade é para todos. “Parece óbvio, mas temos que reafirmar. Ela deve primar pela inclusão e formas de permanência”, disse.
Após destacar todos os projetos e ações que a UFG vem provendo no combate à pandemia e em benefício à sociedade, professora Karla Emmanuela elencou como desafio a superação das desigualdades e assimetrias dentro do espaço acadêmico para garantir a inclusão e permanência dos estudantes.
Em sua fala, professor Clecildo Barreto lembrou o protagonismo de base da comunidade acadêmica da UFG em participar de soluções de problemas e enfrentamentos à pandemia no Estado de Goiás. “A UFG tomou a iniciativa de ir ao combate do vírus e da pandemia. O que se percebe é que houve um despertar das universidades por todo o País”, disse. Com o desalinhamento entre o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde, segundo o professor, as universidades se mostraram fundamentais. “Nunca fomos tão chamados a dar entrevistas para a mídia e a contribuir com as decisões do poder público”, afirmou.
Em relação à educação remota e presencial, professor Clecildo afirmou que, com a pandemia, os professores descobriram que, na era das novas tecnologias de comunicação e informação, “não vão ser substituídos por máquinas”. O professor avalia ser o ensino da graduação a fase que mais demanda atenção nesse momento de isolamento social e ensino remoto, sendo desafiante pensar o processo de ensino-aprendizagem.
Debatedores responderam a perguntas enviadas ao vivo pelo chat
Fonte: Secom
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