Ligas Acadêmicas da UFG levam atendimento a Guapó

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Fotos: Adriano Justiniano

A população de Guapó, a 38 quilômetros de Goiânia, recebeu neste domingo (26/8) a 17ª edição do Encontro de Ligas Acadêmicas (ELA) da Universidade Federal de Goiás (UFG). O evento reúne estudantes dos cursos da área da saúde para levar atendimento gratuito de diferentes especialidades, além de orientações e encaminhamentos.

Os atendimentos foram realizados durante todo o dia na Escola Municipal Padre Conrado. Participaram da ação 250 estudantes da UFG e de outras instituições, que integram 25 ligas acadêmicas. Estima-se que mais de 500 pessoas tenham passado pelo local.

Moradora do município, Rosa Madalena, 50, buscou atendimento na área de oftalmologia - uma das mais procuradas pela população. Para ela, o evento foi uma boa oportunidade para atualizar seus exames, já que a última consulta havia sido há dois anos. Outra vantagem foi não ter precisado se deslocar até Goiânia para ser atendida por um médico dessa especialidade.

Atraída pelo movimento perto de sua casa, Vera Lúcia Pereira, 48, buscou orientações na área de neurologia e tirou dúvidas sobre o câncer de mama. "Achei muito bom, principalmente porque é na área da saúde, que é tão carente", comentou.

Já as Ligas de Geriatria e Gerontologia e de Clínica Médica, composta por estudantes de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, prestaram atendimento aos idosos, com foco no acompanhamento físico-cognitivo, nutricional e de prevenção a quedas e fraturas. Júlia Elisa Pais e Monique Bernardes, estudantes de Medicina e Enfermagem, respectivamente, explicaram que, por meio de um instrumento chamado QuickScreen, é possível avaliar o risco de fratura em dez anos.

Quem procurou a Liga de Atenção Integral à Saúde pode realizar o teste de Bournout, para verificar o nível de esgotamento mental. O participante ainda teve a oportunidade de aprender técnicas de relaxamento com a professora Leila Medeiros Melo, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp).

Extensão
O estudante de Medicina Humberto Furtado, que coordenou o evento, explicou que o ELA tem o objetivo de prestar atendimentos à população de cidades do interior em especialidades que geralmente não chegam a esses locais. Para isso, além do apoio da Universidade, eles buscam parceria com as secretarias municipais de saúde.

A atividade de extensão também uma oportunidade de experiência prática para os estudantes, que reflete diretamente em sua formação. "A população gosta muito da atenção que é dedicada a ela e da avaliação cuidadosa que é feita", ressaltou Humberto.

Para o diretor da Faculdade de Medicina da UFG, professor Antônio Fernando Carneiro, o evento é uma forma de retribuição à sociedade por parte dos estudantes que estão sendo formados em uma instituição pública. "O papel fundamental da Universidade é levar esse conhecimento à população", afirmou. O diretor adiantou que uma sala da Faculdade de Medicina será cedida para que as Ligas Acadêmicas possam trabalham os dados gerados a partir do encontro para possíveis trabalhos científicos.

Protagonismo estudantil
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, e a pró-reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Maria de Sousa, percorreram as salas e estandes e aproveitaram para passar por alguns atendimentos. Eles destacaram o protagonismo dos estudantes na concepção, organização e execução do evento. "E essa ação não termina aqui, já que eventuais problemas detectados são devidamente encaminhados para a rede pública de saúde", acrescentou.

Para Lucilene, um projeto de extensão como esse contribui para uma formação crítica e reflexiva, essencial para um profissional da área da saúde. "É com a possibilidade de atuar na prática que os estudantes compreendem os anseios e as necessidades da comunidade. Isso é o que prezamos dentro das ações de extensão: a Universidade a serviço da sociedade", pontuou.