UFG desenvolve método para classificar câncer de mama
Verificação promete evitar procedimentos médicos desnecessários em pacientes com tumores de difícil identificação
Texto: Vinicius Paiva
O laudo médico da mamografia classifica os tumores das pacientes numa escala de 0 a 6, seguindo uma padronização internacional. Mas, diferentemente dos resultados classificados de zero a três (geralmente benignos) e em cinco e seis (sendo a maioria maligna), a escala quatro carece de precisão quanto à malignidade tumoral. A Universidade Federal de Goiás (UFG), com o intuito de classificar esses tumores, desenvolveu o projeto miRNAsCâncer – Breast, que categoriza o material recolhido do paciente por meio de dados dos ácidos ribonucleicos (RNAs). A técnica evita a realização de novos exames, às vezes desnecessários e que podem até conceber outras doenças, como o câncer de tireoide, devido ao excesso de radiação.
Para identificar as informações do tumor, utiliza-se uma técnica de inteligência artificial que projeta as instâncias de uma base de dados organizada pelos pesquisadores e as compara com os do paciente, destacando quais informações devem ser consideradas na análise. De acordo com o pesquisador do Instituto de Informática da UFG, Rafael Marques, avalia-se 16 características para dizer se é maligno ou benigno. “Os resultados são positivos. Para o tumor benigno, a precisão é de 96,9% e para o tumor maligno, 93,7%; numa média geral a precisão é de 95,3%”, afirmou.
Os dados utilizados na criação do sistema foram obtidos a partir de uma parceria com um hospital de São Paulo, que disponibilizou uma base de dados de RNAs. Essas informações dos ácidos ribonucleicos são importantes porque acredita-se que eles podem influenciar na replicação gênica, podendo assim estar associado a diferentes patologias, como o câncer. Segundo Rafael Marques, nesta primeira fase do estudo, foram avaliados três RNAs que apresentam maiores variações quando há ocorrência de tumor.
“A forma como construímos o sistema diminui a taxa de erros. Até o momento, os resultados são promissores. O projeto agora terá uma nova fase de estudo com mais casos de testes”, revelou Rafael Marques. Além dele, participaram do estudo os professores do INF, Anderson da Silva Soares e Celso Gonçalves Camilo Júnior, e a doutoranda Heyde Francielle do Carmo França.
Câncer de Mama
A doença que afeta as glândulas mamárias é o tumor que mais leva mulheres brasileiras à morte. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve ter aproximadamente 600 mil novos casos de câncer por ano. Destes quase 60 mil são tumores de mama. Se ele for diagnosticado em estágio inicial, as chances de cura são de até 95% por cento. O câncer de mama costuma atingir mulheres acima dos 35 anos.
Fonte: Ascom UFG
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