Intercom CO na UFG tem recorde de participantes dos últimos 10 anos

Texto: Lucas Caetano

Fotos: Lucas Borobo

 

O Intercom Centro-Oeste 2024, realizado na Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (FIC/UFG) entre os dias 5 e 7 de junho, teve o maior número de participantes dos últimos dez anos, segundo o diretor regional da Intercom, Luan Chagas. Ao todo, foram 674 inscritos e 168 trabalhos submetidos. Com o tema “Outros saberes para a comunicação do amanhã: Culturas, Tempos e Tecnologias", o congresso foi organizado a partir de uma parceria entre três laboratórios da FIC: o Pindoba – Grupo de Estudos em Narrativas da Diferença, a Magnífica Mundi - Laboratório de Jornalismo Compartilhado e o Laboratório de Narrativas Outras (LabNós).

Ao longo dos três dias de evento, foram realizadas mais de 20 oficinas e workshops, além de mesas temáticas, atividades culturais e premiações. O diretor regional da Intercom falou sobre a importância do congresso: “É um evento fundamental porque a gente tem ele acontecendo todos os anos para agregar estudantes, principalmente da graduação, no prêmio Expocom, que é o principal prêmio laboratorial hoje para estudantes de comunicação no Brasil”, afirmou Luan Chagas.

 

Pesquisa

A coordenadora da equipe organizadora do Intercom CO 2024, Gabriela Marques, professora do curso de Jornalismo na FIC, destaca a diversidade de trabalhos apresentados no evento. “É muito bom ver que temos muito a oferecer, muito a pesquisar, que a comunicação é um campo de pesquisa muito rico, muito diverso e que abre muitas portas, muitas possibilidades de trabalho. Então, temos que enaltecer esse que, para mim, é o ponto forte da nossa área enquanto ciência. Acredito que precisamos valorizar mais isso e acredito que isso ficou bem refletido no evento.”

Samuel Rocha, discente do Mestrado Profissional Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília, e bolsista no projeto de pesquisa LabMetaverse UCB relata que foi a primeira vez que participou do Intercom Centro-Oeste e que foi uma experiência enriquecedora. O estudante apresentou um trabalho no GT Identidades de gênero, sexualidades e raças. “Eu pude ter uma oportunidade única de me conectar com outros pesquisadores e pesquisadoras que estão atuando nesse campo da comunicação, pensando em outras narrativas, para pensarmos os outros saberes da comunicação, que é o que propõe o evento”, relatou. Samuel pontuou também que foi muito importante a participação na Roda de Conversa sobre os Direitos da comunidade LGBTQIA+ dentro das universidades.

 

Programação

Um dos destaques da programação foram as três mesas temáticas, que abordaram a comunicação a partir de diferentes perspectivas como a dos povos do cerrado e das mulheres. No primeiro dia do congresso, três mulheres compuseram uma mesa sobre o tema “Comunicação e cerradania para um amanhã que não está à venda". O debate foi mediado pela professora Dra. Luciene Dias, com participação da Dra. Maiara Dourado, jornalista e antropóloga (Conselho Indigenista Missionário - CIMI), e da Dra. Naira Rosana Dias da Silva, artista visual e professora do IFG.
No segundo dia, o tema da mesa foram as tecnologias da imagem e narrativas diversas. A professora Mariana Capeletti, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e o professor Dr. Vilso Junior Chierentin Santi, da Universidade Federal de Roraima, apresentaram alguns dos resultados de suas pesquisas. O debate foi mediado pelas professoras doutoras Ana Rita Vidica e Lara Satler, da FIC.

Para encerrar o evento, o tema da mesa do último dia foi “Jornalismo e Povos originários: experiências transfronteiras e o papel da comunicação popular”. Participaram dos debates o pesquisador Aluizio Azevedo, cigano da etnia Calon, Jornalista e realizador audiovisual; a jornalista Maria de Fatima Pereira Tertuliano, quilombola do povo Kalunga, o jornalista Anapuaka Muniz Tupinambá, da Rádio Yandê – Portal de Etnomídia Indígena, e o professor Dr. Edson Silva, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. A mesa foi mediada pelo professor Dr. Nilton José, da FIC.

 

Expocom Centro-Oeste

Um dos momentos mais esperados em todas as edições do Intercom é a premiação da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), quando estudantes de graduação têm a chance de apresentar trabalhos produzidos em cursos de comunicação e concorrer ao Troféu Expocom. Neste ano, a etapa Centro-Oeste recebeu 217 submissões de trabalhos.

Com clima de noite de Oscar e muita emoção, o evento de premiação foi realizado no auditório do Adufg Sindicato na noite do último dia do Intercom CO. O troféu desta edição da premiação segue uma proposta alinhada à temática do evento. Ao invés do tradicional acrílico, o prêmio foi produzido em cerâmica por artesãos da marca Marido e Muié Cerâmicas. Os premiados na etapa regional poderão concorrer no Expocom Nacional, que ocorre em setembro, em Santa Catarina. Estudantes da FIC irão disputar o nacional em dez categorias. 

 

Estudantes da FIC disputam Prêmio Expocom Nacional em 10 categorias

Diz um ditado popular do mundo esportivo que vencer em casa é bom, mas vencer fora de casa é melhor ainda. Essa é a expectativa de estudantes da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (FIC UFG) que ganharam a etapa Centro-Oeste da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Prêmio Expocom). A premiação foi realizada dentro da programação do Congresso Regional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), realizado em Goiânia de 5 a 7 de junho. Agora, os dez trabalhos da UFG vão disputar a etapa nacional da premiação, durante o 47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em setembro, na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Balneário Camboriú (SC).

Do curso de Jornalismo, venceram: na categoria documentário, Aja Gangun e a passagem do tempo, do aluno-líder Rafael David Noleto; na categoria roteiro de documentário, Arte urbana e os fazeres que levam ao futuro, liderado por Gustavo Soares Silva e na categoria Revista Customizada, Revista Afrodera, liderada por Yanca Cristina Marques da Cruz.

O curso de Publicidade e Propaganda recebeu quatro estatuetas: na categoria melhor filme de ficção curta-metragem, Cancelado: sobre a espetacularização do “eu” na internet, liderado pela estudante Sarah Vieira Arruda; melhor projeto de comunicação integrada para Reimaginando histórias com a Escriviatto: um planejamento de comunicação, de João Vitor Ribeiro Lima; melhor Campanha Publicitária com Campanha publicitária para Linea Alimentos - Ver além: a integração da Lupa nos produtos alimentícios da marca, de Maria Fernanda Elias Alves e melhor trabalho de fotografia publicitária, com Retrato de uma mulher negra na fotografia publicitária, de Felipe Fulquim.

Três trabalhos do curso de Relações Públicas da FIC também foram premiados: melhor planejamento estratégico de relações públicas ou comunicação organizacional para Planejamento de Relações Públicas para escritórios de advocacia, de Anna Beatriz Pereira de Souza; melhor organização de evento para Jornadas de Capacitação Mutare: os eventos como estratégia de integração e transformação’, de Maria Rita Gonçalves Cavalcante; e melhor projeto de assessoria cultural para ‘RePensando Ações: teoria e prática de Relações Públicas para a transformação social’, de Cleidiomar Martins Costa Filho.

Todos os trabalhos vencedores foram desenvolvidos em grupo e tiveram como orientadores e orientadoras docentes dos cursos de graduação em Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da FIC UFG.

 

Etapa Nacional

De acordo com o regulamento da premiação, na próxima etapa o aluno-líder precisará submeter o vídeo de apresentação do trabalho para a Etapa Nacional, seguindo calendário próprio ainda a ser divulgado pela Intercom. Um júri virtual, composto por avaliadores não classificados nas modalidades a serem avaliadas, vai apreciar o relatório e o produto. Na sequência, eles avaliarão o vídeo de apresentação do trabalho. Segundo as regras, os critérios avaliados serão: a) experimentalismo do produto; b) qualidade técnica do produto; e c) consistência teórica e coerência do conteúdo do relatório.

Segundo registros de vencedores nacionais listados em seu site oficial desde 2012, trabalhos da FIC UFG foram premiados em 2019 nas categorias Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em vídeo e televisão, com Acolá, um ser-tão, da aluna-líder Amanda Oliveira Costa e na categoria Produção multimídia, com o trabalho Introvertendo: Um podcast onde autistas conversam, do aluno-líder Tiago Florêncio de Abreu. A premiação ocorreu no 26º Prêmio Expocom, durante o 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, na Universidade Federal do Pará, em Belém (PA). Em 2010, em Caxias do Sul, foi premiado também na modalidade Jornalismo Digital o site do projeto “Trombas e Formoso: a Vitória dos Camponeses”.

O Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação ocorre desde 1977 e reúne, tradicionalmente, cerca de 3,5 mil pessoas, entre alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadores e profissionais da área.